Florianópolis resgata protagonismo do Centro no turismo, economia e na vida social da cidade 1h91i

Armazém Rita Maria, inaugurado em janeiro deste ano na região, é uma das iniciativas que resgata a história e amplia as atrações em gastronomia, entretenimento, arte e cultura na cidade 16 março 2022 às 14h00 5 Minutos Conteudo Especial, Branded Studio ND Enviar no WhatsApp 4nm2f

Considerada hoje uma metrópole brasileira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com população estimada em mais de 516 mil pessoas em 2021, Florianópolis cresce, se desenvolve e aparece no cenário internacional não apenas como um dos principais destinos turísticos nacionais, mas também pela sua vocação tecnológica, segmento no qual é hoje referência, e desenvolvimento.

O Centro sempre teve um papel de protagonismo na economia e vida social de Florianópolis – Foto: Vivendo Floripa/Divulgação/NDO Centro sempre teve um papel de protagonismo na economia e vida social de Florianópolis – Foto: Vivendo Floripa/Divulgação/ND

Apesar do crescimento e da fama internacional, a capital catarinense, conhecida também como Ilha da Magia por suas lendas e causos fantásticos, completa 349 anos no próximo dia 23 como essa cidade ambígua, que reúne características únicas e, seja nas fachadas dos prédios, das ruas, nas praias, no cumprimento e linguagem manezinha, mantém e resgata diariamente suas raízes, cultura, a calmaria e ambiente acolhedor.

Originalmente batizado de Povoado de Nossa Senhora do Desterro, o Centro da capital catarinense, mais antigo bairro da cidade, foi fundado em 1673. Foi ali que Francisco Dias Velho desembarcou e fundou o povoado, construindo a capela que hoje é a Catedral Metropolitana.

Naquela época, o Centro era o coração da cidade, onde as pessoas se encontravam, conversavam, buscavam mercadorias. O município se formou no entorno da praça 15, explica o historiador Fabio Garcia. “Ali por essa região, pela parte Leste, também onde fica a João Pinto, hoje a Anita Garibaldi, atrás também, a Saldanha Marinho, essas regiões concentraram os primeiros habitantes da cidade. A partir dali cresceram e surgiram outros bairros. Lembrando que neste início a Conselheiro Mafra, Felipe Schmidt, entre outras áreas, eram bairros e não ruas. Então havia, por exemplo, o bairro da Figueira. Quando se chegava ao Porto (de Desterro), esse bairro se dividia com o bairro do Arataca, onde atracavam as embarcações. Ao lado, havia a Praia de Fora, com várias subdivisões”, conta.

Impulso para Florianópolis e para o Estado 2y1i4b

Do outro lado, a parte Oeste do Centro também desempenhava um importante papel, visto que a região sediava o porto de Desterro, por onde os navios maiores, da ENNH (Empresa Nacional de Navegação Hoepcke), fundada por Carl Hoepcke, traziam mercadorias do exterior, como da Alemanha, Estados Unidos e França, ressalta Garcia. Por ali chegavam os produtos que não podiam desembarcar na Alfândega, onde apenas as embarcações menores entravam, por ser uma baía. Essa região movimentou a economia da cidade e de todo o Estado, ao alavancar o desenvolvimento do comércio, indústria e serviços.

Navios da Empresa Nacional de Navegação Hoepcke traziam mercadorias do exterior para a Capital – Foto: Acervo Instituto Carl Hoepcke/Divulgação/NDNavios da Empresa Nacional de Navegação Hoepcke traziam mercadorias do exterior para a Capital – Foto: Acervo Instituto Carl Hoepcke/Divulgação/ND

Apesar do protagonismo na memória e na economia da cidade, a região do Centro ficou por muito tempo sem novas ações do poder público e incentivos. Nos últimos anos, no entanto, projetos governamentais e da iniciativa privada buscam resgatar toda a área, do Leste ao Oeste, essa época icônica e tão relevante para Florianópolis, além de revitalizar a região.

Na parte Oeste, em janeiro deste ano, foi inaugurado o Armazém Rita Maria, uma destas ações que resgatam a história da Capital. Na estrutura que abriga o novo empreendimento, e que foi completamente restaurada e revitalizada, funcionavam, há 125 anos, os galpões de cargas da ENNH, que mais tarde foram transformados em metalúrgica, em uma fábrica de pregos e, depois, em uma fábrica de gelo.

Patrícia Grillo, sócia-proprietária da Hoepcke Empreendimentos, conta que o Armazém nasceu do sonho de sua mãe, Annita Hoeke da Silva, que sempre quis revitalizar aquela estrutura. “O Carl Hoepcke foi um homem visionário, multifacetado, à frente de seu tempo, montou a empresa de navegação, importava e exportava produtos. Ele foi o grande propulsor da indústria e comércio catarinenses no final do século XIX e início do século XX. Agora, com esse empreendimento, devolvemos para a cidade o que ela sempre teve, essa movimentação comércio, da interação entre as pessoas”, destaca.

Galpões centenários que armazenavam as mercadorias foram completamente restaurados e revitalizados no Armazém Rita Maria, na Capital – Foto: Heitor Pergher/NDGalpões centenários que armazenavam as mercadorias foram completamente restaurados e revitalizados no Armazém Rita Maria, na Capital – Foto: Heitor Pergher/ND

Para Patrícia, mais do que a experiência de visitar o espaço, a intenção é proporcionar um verdadeiro reencontro com as memórias afetivas da cidade. “Há história, arte, cultura, gastronomia, ou seja, as mais diversas opções para que as pessoas possam ficar no local desde o café da manhã até o jantar. A ideia foi criar, acima de tudo, um ambiente coletivo de entretenimento, onde as pessoas se sintam à vontade e felizes”, diz.

Tour turístico 3r1h1w

Com 2.000 m² de área, o complexo multiuso traz para a cidade um modelo inédito, que reúne um mix de 20 operações de diferentes áreas como arte, cultura, decoração, entretenimento, arquitetura, além de uma forte aposta na gastronomia, por meio de um food hall.

O empreendimento, inclusive, fará parte do tour turístico de Florianópolis, do Convention Bureau da capital, explica Sara Miroski, superintendente do Armazém. “Fizemos um trabalho com os guias de turismo e com os hotéis do entorno do Armazém para que isso que fosse possível”, afirma.

Armazém Rita Maria é uma das iniciativas que contribui para a revitalização do Centro de Florianópolis – Foto: Heitor Pergher/NDArmazém Rita Maria é uma das iniciativas que contribui para a revitalização do Centro de Florianópolis – Foto: Heitor Pergher/ND

ecTurismo histórico 5t514j

Na capital catarinense, a memória está presente nas ruas, nos prédios, nos casarões tombados e nas casas antigas. Nos muros e alguns edifícios, grandes painéis em grafite destacam nomes importantes para a literatura, política e artes, como o poeta Cruz e Sousa, e Antonieta de Barros, a primeira mulher negra eleita deputada no país, entre tantas outras figuras que marcaram a história não apenas da cidade, mas do Estado e do país.

A cidade também tem marcos históricos por toda a sua extensão, como as fortalezas, entre elas a Fortaleza Santa Cruz de Anhatomirim, pertencente ao grupo de três fortes que realizavam a defesa da região, construída em 1939; o Palácio Cruz e Sousa, atual sede do Museu Histórico de Santa Catarina, inscrições rupestres no Santinho, entre tantos outros.

Fabio Garcia destaca o potencial do turismo histórico no município. “Temos muita memória e muitos atrativos ainda a serem explorados. Acredito que esse segmento ainda é muito pouco desenvolvido por aqui e poderia atrair muitos outros visitantes para a Capital”, finaliza o historiador.

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