Quando se fala em combater a poluição veicular atmosférica e sonora, um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil é tratar de forma conjunta as questões ambientais e de trânsito.

A constatação é do major PMSC Antonio Benda da Rocha, que lançou há poucos dias um livro sobre o assunto, resultado de sua dissertação de mestrado, em coautoria com o professor Nicolau Cardoso Neto.
Ele acredita que sem esse “pensamento sistêmico” continuaremos tendo motoristas sem consciência do direito básico de respirarmos ar puro e “de não termos o nosso sossego atrapalhado pelo ruído de um veículo que, muitas vezes, está desregulado ou com sua característica alterada”.
Lotado na 3ª Companhia do 1º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária em Blumenau, Rocha considera que o país tem um bom sistema normativo, mas ressalva que essa teoria “não se traduz na prática com ações eficazes e viola direitos básicos e fundamentais da sociedade de termos um ar puro e um silêncio dentro de parâmetros universalmente aceitos”.
Ele destaca que a judicialização de resoluções do Conama e do Contram dificultam ainda mais o cenário. “Geram várias divergências e confundem os órgãos e os cidadãos quanto à postura diante da poluição veicular”, afirma.
Segundo ele, o Conselho Nacional do Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Trânsito precisam sentar e conversar e conversar sobre o tema. “Não é issível que cada órgão delibere de forma oposta, divergente e que confunda os órgãos ambientais e de trânsito sobre o que é para se fazer”, pontua.