Dessa vez foi diferente. Excetuando alagamentos de rua em bairros como Rio Vermelho, Ingleses, Cachoeira do Bom Jesus e Jurerê, no Norte, Campeche, no Sul, e Jardim Atlântico, no Continente, Florianópolis não registrou ocorrências graves por conta do alto volume de chuva.

Conforme a Epagri/Ciram, a Capital registrou 143 mm de chuva, desde segunda-feira (12), até 18h45 desta quinta-feira (15). Com isso, 26 ruas alagaram na Capital, a metade (13) no Rio Vermelho. Para minimizar os dados, a prefeitura mandou caminhões hidrojatos para todas as regiões da cidade.
Também foram registradas outras 13 ocorrências, entre deslizamentos e desabamentos. Uma família moradora da Serrinha está desalojada e outra, da Costeira, desabrigada. Não há registros de mortos ou feridos e nenhum serviço essencial foi afetado.
O vendedor Carlos Roberto de Oliveira Lima, 42 anos, tem uma casa há três anos na rua Alcides Silveira Barcelos, conhecida como rua João da Bega, no Rio Vermelho. Antes, a residência estava alugada, mas há três meses ele ou a morar no local. É a primeira vez que enfrenta um alagamento na via.
“Tá horrível pra ar e fazer qualquer coisa, como ir no comércio, para ir trabalhar, levar as crianças na escola. Tá tudo complicado”, relatou o trabalhador.
Segundo ele, a casa não alagou, mas outras na região, tiveram esse problema. A rua dele é uma das poucas exceções no local que ainda é de chão batido.
Dona Orilena Puntel, 58, mora na mesma rua e até brincou: “tem que botar caiaque aqui”. Mas depois deixou claro que a situação está complicada para ela e os vizinhos:
É uma vergonha morar em Florianópolis. Moro há sete anos aqui e é frequente. Agora fizeram dois muros, antes tinha vazão, mas agora a piscina ficou para nós”.

Diarista, ela tinha acabado de voltar do trabalho. Cansada, queria apenas chegar em casa rápido, mas precisou esperar mais um pouco pelo merecido descanso, até o marido chegar para dar carona.
“A pé não tem condição. É questão de saúde. A gente levanta 5h30 da manhã, vai para o trabalho, chega aqui e não consegue ir pra casa.”
Caminhões hidrojato pela cidade 6l486r
Para reduzir os alagamentos nas vias da cidade, a prefeitura enviou dois caminhões hidrojato para o Norte, dois para o Leste, dois para o Sul e um para a região central.
Luis Felipe de Melo Garcia, 22, Welington Nascimento, 28, e Edson Mateus de Oliveira, 45, começaram o trabalho por volta das 8h no Rio Vermelho pela Norbrasil, terceirizada contratada pela prefeitura.

Pilotando um hidrojato com capacidade para 8 mil litros, Luis, Welington e Edson fizeram mais de 20 operações de retirada de água em três ruas diferentes do bairro.
“Começamos por volta das 8h e estamos até agora [perto das 16h]. Vamos nas ruas, sugamos a água alagada e despejamos nas caixas fluviais”, explicou Edson.
A que mais deu trabalho foi a Caminhos do Arvoredo. A princípio, o trio retornaria para a base às 17h, mas enquanto falavam à reportagem, o patrão pediu para esticarem até 22h.
Tempo volta a firmar a partir de sexta-feira f6u59
De acordo com o meteorologista Piter Scheuer, o tempo começa a firmar a partir de sexta-feira (16) e no fim de semana.
A região Sul é a única que ainda pode ter alguma interferência do ciclone, com possíveis pancadas de chuva ageiras.
No restante do Estado, o tempo é bom, o sol predomina e fica mais estável, com poucas variações de nuvens. A temperatura também fica mais agradável.
Quantidade de ruas com alagamentos por bairro: 605e11
- Rio Vermelho: 13
- Ingleses: 6
- Campeche: 4
- Jurerê: 1
- Jardim Atlântico: 1
- Cachoeira do Bom Jesus: 1