O céu de Santa Cantarina, especialmente no Litoral Norte entre Brusque e Itajaí, tem chamado a atenção pela cor vermelha vibrante no amanhecer e entardecer. A explicação desta cor é surpreendente e pode estar relacionada com a erupção de um vulcão submarino em Tonga, na Oceania.
Para Victor Meireles e Paulo Hames, meteorologistas da Defesa Civil de Santa Catarina, o aspecto de céu avermelhado em Santa Catarina esta relacionado com a forte erupção do vulcão submarino Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai, que ocorreu no último dia 15 de janeiro. O vulcão está localizado entre as placas tectônicas do Pacífico e a Indo-Australiana.

“As plumas, compostas por cinzas e gases tóxicos provenientes da erupção foram lançadas a 15 km de altitude e carregadas pelos fortes ventos naquele nível ao longo do oceano Pacífico, parando na América do Sul”, explicam.
O aspecto vermelho conta também com o ângulo do sol no amanhecer e entardecer, que favorece cores mais quentes. “No nascer e por do sol os raios solares tem mais caminho na atmosfera para percorrer devido ao sol estar no horizonte. As partículas do vulcão suspensas no ar são obstáculos para os raios solares, sendo iluminadas e literalmente pintando o céu de cores avermelhadas e rosas”, destacam Victor Meireles e Paulo Hames.

Professor de meteorologia da Univali, Sergey Alex de Araújo explica que as cores avermelhadas no céu durante o amanhecer e entardecer são comuns para essa época do ano, em que o tempo esta mais seco.
“Esse cor avermelhada na meteorologia se chama de ‘irisação’, ou seja, é a luz do sol num determinado ângulo interagindo com propriedades da atmosfera que decompõem a luz em várias cores. Nesse horário e pelo ângulo do sol favorece as cores no espectro vermelho. Quando chove e tem aquelas aberturas de sol e você várias cores, também faz parte desse processo que é comum nessa época mais seca”.