Cultivando horizontes: UFSC inova com pesquisa com cannabis para uso veterinário 40529

Com autorização legal, o cultivo na UFSC impulsiona pesquisas científicas e facilita desenvolvimento de cadeia produtiva da cannabis no Brasil

Erik Amazonas, professor do Centro de Ciências Rurais da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) desenvolve uma pesquisa que promete revolucionar a ciência veterinária: os benefícios da cannabis para o tratamento de animais.

Cultivando horizontes: UFSC inova com pesquisa com cannabis para uso veterinárioA UFSC está promovendo pesquisas inovadoras, não apenas para uso terapêutico veterinário, mas também para outras aplicações veterinárias – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/ND

Ao longo de seu estudo, o professor destaca que a planta pode ajudar no equilíbrio do corpo por meio do sistema endocanabinoide — um sistema de comunicação celular do corpo humano e de outros animais —, podendo ser eficaz no alívio de condições como dores crônicas e inflamações.

A pesquisa busca entender os detalhes moleculares por trás desses benefícios clínicos. Erik ressalta a importância de estudar tanto o impacto nos animais quanto os mecanismos moleculares subjacentes.

O uso gradual de soluções com canabinoides — compostos químicos encontrados na planta que interagem com o sistema endocanabinoide — é destacado como uma abordagem promissora para regular o organismo: promover a homeostase celular e prevenir condições patológicas.

Cannabis para uso veterinário k4t3v

Os estudos, realizados no campus de Curitibanos da UFSC, visam aprofundar a compreensão dos componentes químicos da cannabis, ampliando as possibilidades de tratamento veterinário.

A pesquisa busca entender os detalhes moleculares por trás desses benefícios clínicos – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/NDA pesquisa busca entender os detalhes moleculares por trás desses benefícios clínicos – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/ND

Apesar de desafios logísticos, como limitações geográficas, a UFSC tem autorização legal para realizar a pesquisa, de forma que os extratos produzidos em Curitibanos serão compartilhados para pesquisas em outras partes do Brasil.

Na UFSC, 46 pesquisadores estão envolvidos nessa pesquisa. Outras universidades, como UFSM, UFRRJ e Unesp estão se aproximando para estabelecer parcerias com o intuito de somar esforços para avanços significativos no entendimento e na aplicação da cannabis medicinal.

Erik destaca que a planta pode ajudar no equilíbrio do corpo – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/NDErik destaca que a planta pode ajudar no equilíbrio do corpo – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/ND

Cultivo da planta 624z71

Erik aguarda a floração das plantas, etapa crucial para a conclusão da colheita. Este processo não apenas envolve a produção de cannabis, mas também desencadeia o desenvolvimento de uma rede colaborativa de pesquisadores, que envolve profissionais da UFSC e também de outras universidades.

Ela pode ser eficaz no alívio de condições como dor crônica e inflamações – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/NDEla pode ser eficaz no alívio de condições como dor crônica e inflamações – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/ND

Quando as plantas estiverem prontas, o Lamai (Laboratório Multiusuário de Análise Instrumental) realizará a extração dos óleos, sendo os primeiros ensaios focados na extração alcoólica. Erik explica que os tricomas, estruturas nas flores da cannabis que produzem resina, serão extraídos em álcool, evaporado em baixas temperaturas.

Segundo o professor, os canabinoides resultantes serão preservados em um óleo viscoso, pronto para ser diluído em diferentes concentrações para fins terapêuticos.

O extrato ará por análise utilizando HPLC (cromatografia líquida de alta performance), a técnica permite a separar, identificar e quantificar componentes de uma amostra para análise de substâncias, que permitirá a quantificação de 14 canabinoides e um perfil de 20 terpenos (composto encontrado em plantas, como cannabis, com potências efeitos terapêuticos).

A primeira colheita foi realizada em aula prática por Erik com estudantes do curso de medicina veterinária do campus de Curitibanos na segunda-feira, 15 de agosto – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/NDA primeira colheita foi realizada em aula prática por Erik com estudantes do curso de medicina veterinária do campus de Curitibanos na segunda-feira, 15 de agosto – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/ND

Uma etapa prática do projeto envolveu a primeira colheita realizada em uma aula prática por Erik, junto com estudantes do curso de Medicina Veterinária do campus de Curitibanos, em 15 de agosto.

Durante a aula, o pesquisador explicou o processo de colheita e pós-colheita. Os alunos também tiveram a oportunidade de realizar o “trimming” (poda), removendo folhas com pouca ou nenhuma quantidade de tricomas, deixando apenas as flores para otimizar a secagem e aprimorar a qualidade do óleo.

Durante a aula, o pesquisador explicou o processo de colheita e pós-colheita – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/NDDurante a aula, o pesquisador explicou o processo de colheita e pós-colheita – Foto: Ana Krug/Gabriel Olivo/CCR-UFSC/Reprodução/ND
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