Foi em 1969 que Neil Armstrong colocou o pé na lua e mostrou que é possível o homem desafiar as leis da física e ir ao espaço. De lá pra cá, a televisão e o cinema atiçaram a imaginação do público e surgiram até guerras nas estrelas.
No mundo real, há sim uma disputa e as armas são o dinheiro e a tecnologia. Bilionários construíram as próprias naves e se lançaram ao espaço. No início do mês, o britânico Richard Branson, fundador do grupo Virgin, embarcou numa jornada de 20 minutos numa nave que mistura foguete e avião.

Nesta terça-feira (20), foi a vez do homem mais rico do mundo. Jeff Bezos, fundador da Amazon, não quis ficar para trás nessa corrida e foi além: viajou numa nave autônoma. Foi o primeiro voo civil tripulado sem piloto.
Muitos queriam estar no foguete de Bezos e teve até leilão por um assento. O vencedor pagou US$ 28 milhões para embarcar na viagem que durou 10 minutos. O que mostra que não há dúvidas de que viajar pelo espaço mexe com o imaginário popular em qualquer canto do planeta.
O professor de engenharia espacial da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Rafael Cuenca diz que o turismo pelo universo ainda está distante para o brasileiro, mas já há um consumo intenso de produtos que vem do espaço.
Segundo Cuenca, “alguns poucos brasileiros têm condições de pagar alguns milhões de dólares e participar dessas missões. O brasileiro em si, ele consome internet, telefonia, insumos, por exemplo, alimentos que o agronegócio produz. Tem uma parcela de serviços espaciais. Existem satélites em órbita que estão permitindo a melhor eficiência desse serviço”.
Na UFSC, não há planos, por enquanto, de enviar nenhum humano ao espaço. Mas há o projeto Constelação Catarina, que vai lançar 12 nanossatélites para prestar serviço à Defesa Civil do Estado.

“A gente tá acostumado com satélites de grande porte, que são satélites que a gente tem atualmente orbitando a Terra, mas a Constelação Catarina vai de encontro a um satélite de baixo custo. Eles são um cubinho, de mais ou menos 1 kg. Como é que funciona: você tem nos rios ou em vários pontos ao longo do relevo sensores que coletam temperatura, umidade, precipitação de chuva, nível do rio”, explicou Talita Possamai, do projeto Constelação Catarina.
Os primeiros satélites já devem ser lançados ao espaço no próximo ano. No projeto, os catarinenses seguem no solo. O plano é lançar os equipamentos ao espaço para proteger a população das surpresas que chegam do universo.
Confira a reportagem do Balanço Geral Florianópolis!