O Telescópio Espacial James Webb, lançado em 2021, acaba de surpreender a comunidade científica ao capturar imagens de 19 galáxias espirais com resolução nunca antes vista.

Os resultados foram divulgados por cientistas do projeto Phangs (Physics at High Angular resolution in Nearby GalaxieS), que reúne mais de 150 observatórios astronômicos pelo mundo.
Uma nova visão das galáxias 442e1f
As imagens, obtidas em infravermelho próximo e médio, oferecem uma visão extraordinária das galáxias, revelando detalhes sobre a formação estelar e a estrutura desses sistemas cósmicos.
“As novas imagens do Webb são extraordinárias. Elas são impressionantes até para pesquisadores que estudam essas galáxias há décadas. Bolhas e filamentos são resolvidos nas menores escalas já observadas e contam uma história sobre o ciclo de formação estelar”, revelou Janice Lee, cientista de projetos para iniciativas estratégicas no Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore.
A galáxia mais próxima, a NGC5068, situa-se a cerca de 15 milhões de anos-luz da Terra, enquanto a mais distante, a NGC1365, está a aproximadamente 60 milhões de anos-luz.
Estrelas entre gás e poeira 6j41h

A câmera quase infravermelha (NIRCam) do telescópio capturou milhões de estrelas, proporcionando visões deslumbrantes dos braços espirais repletos de estrelas e aglomerados estelares. Além disso, os dados do Instrumento de Infravermelho Médio destacam poeira brilhante, revelando a presença de estrelas em formação envoltas em gás e poeira.
“É aqui que podemos encontrar as estrelas mais novas e mais massivas das galáxias”, afirmou Erik Rosolowsky, professor de física na Universidade de Alberta, no Canadá.
Conchas esféricas 2w1d6r
Cientistas apontam para a descoberta de grandes conchas esféricas, sugerindo explosões estelares que criaram buracos gigantes no material interestelar. Essas observações desafiam a compreensão anterior e prometem fornecer informações cruciais sobre a evolução das galáxias.
“Esses buracos podem ter sido criados por uma ou mais estrelas que explodiram, abrindo buracos gigantes no material interestelar”, explicou Adam Leroy, professor de astronomia na Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos.

Especialistas destacam a possibilidade de catalogar com precisão o impressionante número de estrelas identificadas, oferecendo uma visão holística e mais confiável de seus ciclos de vida, que podem durar bilhões de anos.
As imagens também sugerem que as galáxias crescem de dentro para fora, com a formação estelar iniciando nos núcleos e se espalhando pelos braços espirais.
“Isso é um sinal claro de que pode existir um buraco negro supermassivo ativo”, disse Eva Schinnerer, cientista do Instituto Max Planck de Astronomia.