6G a ‘internet dos sentidos’ 6zt3d

- +
Alguns países já deram início a corrida para implementar a próxima geração de telefonia móvel, que permitirá hologramas e funções táteis

Com a internet 5G estando presente em um futuro tão próximo, cientistas de computação já pensam no que virá após ela, daqui uma, duas ou até três décadas.

É provável que comecemos a ouvir falar da Internet 6G, tecnologia com ares ainda mais futuristas, antes mesmo de termos nossos primeiros celulares 5G, uma vez que as pesquisas dessas novas tecnologias começam até uma década antes de qualquer implementação real.

A China estuda apresentar essa inovação ao mercado comercial até 2030. Estudos conduzidos pela China Mobile, maior operadora de telefonia do mundo, propõe a arquitetura e o desenho para a próxima geração de internet móvel.

Próximageração de telefonia móvel, permitirá hologramas e funções táteis – Foto: FOTOS DIVULGAÇÃO/CANVA PRO/NDPróximageração de telefonia móvel, permitirá hologramas e funções táteis – Foto: FOTOS DIVULGAÇÃO/CANVA PRO/ND

O desenvolvimento tem a perspectiva de atingir velocidades de 1 TB (terabyte) por segundo. Seria o equivalente a conexões 8 mil vezes mais rápidas que o possível com as redes de quinta geração.

Para o usuário, a super velocidade e outros atributos vão permitir recursos até agora inexplorados, como holografia e aplicações táteis.

Deriva daí o conceito de “Internet dos Sentidos”, que permitiria ao usuário a sensação de peso e força ao chutar uma bola de futebol durante um jogo virtual, por exemplo.

Haveriam ainda ganhos invisíveis, como maior integração de hardware com software e virtualização de redes, além de novos formatos para tecnologias vestíveis, como relógios inteligentes, que podem até dispensar o uso de smartphones.

A Internet 6G também é apontada como um fator impressionante para o desenvolvimento dos carros autônomos, com previsões absolutamente precisas de colisões e aumento amplo da segurança e fluxo de tráfego.

Para isso, estima-se que esse tipo de rede use frequências bem altas na faixa dos terahertz (THz) – atualmente, as frequências operadas vão até gigahertz (GHz) -, o que em si representará grandes desafios de engenharia: quanto mais alta a frequência do sinal, menor é a área que ele cobre.

Um sinal na casa dos terahertz deverá cobrir cerca de 10 metros apenas. Por conta disso, uma nova tecnologia de amplificação de sinal deverá ser desenvolvida para evitar a necessidade de uma grande concentração de antenas.

Outros desafios também envolvem o consumo de energia, com foco em novas tecnologias de materiais e designs modernos de chips para que o 6G seja uma proposta viável no âmbito comercial e ambiental. São desafios que vão exigir muito estudo pela frente.

Atualmente, a China lidera acorrida do 6G, mesmo com altíssimo investimento para o desenvolvimento da rede de empresas de países como Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão.

A expectativa é de que a nova era da internet móvel chegue ao mercado nos próximos oito anos. Nesse período, a tecnologia ará por aperfeiçoamentos, ao mesmo tempo em que o 5G continuará em expansão pelo mundo.

6G deve ser regulado no Brasil a partir de 2025, afirma Anatel 5y455m

No Brasil, um ecossistema nacional para o tema já está em formação a partir do Projeto Brasil 6G, iniciado no ano ado com liderança da Anatel e da Rede Nacional de Pesquisa e Ensino, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O projeto é dividido em várias frentes de pesquisa e conta coma participação de seis universidades e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (qD).

A intenção é que os preparativos para o ingresso da nova tecnologia comecem em 2025, visto que, a agência reguladora ainda tem uma Conferência de Radiocomunicação da UIT marcada para 2023, onde serão ajustados alguns outros pontos.

No entanto, a agência reguladora não específica questões técnicas mais aprofundadas, apontando que ainda é preciso discutir requisitos de implementação e quais tecnologias vão ser necessárias para atingir esse objetivo.

Ainda assim, o documento indica características da nova geração da tecnologia móvel, como virtualização, desagregação e arquiteturas de rede centradas no usuário.

Três futuras aplicações com o 6G 243x2g

TÁTEIS: Chamada de internet dos sentidos ou internet tátil, será possível transmitir o toque. Permitiria, por exemplo, sentir o aperto deum abraço virtual. O desafio é criar pressão física contra apele sem haver um objeto.

HOLOGRAFIA: A criação de hologramas deve se tornar uma realidade, com técnicas de captura, transmissão e renderização 3D em tempo real. A Samsung diz que para isso é necessária uma velocidade altíssima, não atingida no 5G.

DE UM CHIP A OUTRO: Cidades inteligentes podem ganhar forma com a comunicação sem fio entre chips e abrir caminho para mais funcionalidades para indústria, por exemplo. Isso só é possível com a faixa do THz, do 6G.

7G EM 2040: Até onde isso é utopia ou realidade? h3e49

O 7G será o padrão mundial da tecnologia de comunicação sem fio até 2040-2045 e provavelmente será pelo menos 100 mil vezes mais rápido que a tecnologia 5G,lançada em 2020. É o que dizem futurólogos, doutores em tecnologia e entusiastas no assunto.

Ao que apontam, o 7G permitirá a rápida transferência de grandes arquivos de design, tornando nossas casas, por exemplo, num centro de impressão 3D com a capacidade de fazer roupas, brinquedos, equipamentos esportivos, ferramentas e muitos outros itens.

O proprietário poderá ar dados bastante completos da casa, como informações de segurança a aspectos da família, permitindo criar uma temperatura ambiente em cada área da casa e controlara qualidade do ar e o consumo de energia de cada quarto, com base nas previsões de clima.

Essas tendências constam no relatório “Vida superinteligente – a casa demeados do século XXI”, lançado como parte da série “O mundo em2040”.

De autoria do futurólogo de renome internacional, Ray Hammond, o estudo apresenta prováveis desenvolvimentos que deverão transformar a vida doméstica, a tecnologia e processamento de dados e a habitação em todo o mundo entre agora e 2040.

“Graças a uma infinidade de tecnologias que estarão disponíveis, a residência do futuro consumirá 75% menos energia e apenas um terço da água usada em uma casa recém-construída hoje. A realidade é que, em 20 anos, as casas serão um centro da Internet das Coisas (IoT), e nossa vida cotidiana será totalmente transformada”, afirma Hammond.

O longo histórico de previsão precisa de Ray é único na Europa e ele agora vive no futuro que descreveu há quase 40 anos, como a evolução (em termos de tempo) para todos os Gs da conexão móvel e suas possíveis aplicações no dia a dia. Se as suposições forem de fato, se concretizar, levaremos tempo para descobrir.

Alguns analistas estimam os seguintes prazos para instituição dos novos modelos de Internet: 2030-2035 para 6G; e2040-2045 para 7G. De fato, é possível que tudo ocorra muito mais cedo, ou muito mais tarde do que esperamos. No entanto, esta é uma área onde a evolução é orientada pela economia, sendo a tecnologia um facilitador.

Daqui para frente, viveremos cenas de filmes de ficção científica, onde estaremos cada vez mais conectados com a tecnologia. Podemos já imaginar uma enfermeira-robô para cuidar dos idosos ou uma empregada doméstica com inteligência artificial tão apurada que ficaremos surpresos.

E este não é um futuro tão distante. O Japão, por exemplo, já é o centro de robôs cuidadores, com310 mil das 1,4 milhão de indústrias operando globalmente. Lá, os desenhos e filmes das décadas de 60 e 70 já são uma realidade.

Por aqui, temos explorado cada vez mais a inteligência artificial e IoT, na qual os robôs aprendem a tomar decisões e automatizar tarefas do cotidiano. Por isso, não se assuste caso se sinta em um dos episódios do desenho “Os Jetsons”. Eles previram boa parte dos avanços tecnológicos até aqui.