PRAIA DE ITAÚNA, Saquarema / RJ
O tricampeão mundial Gabriel Medina segue fazendo história no mundo do surf. Ele foi o cameão do primeiro evento do Challenger Series realizado na América Latina, o Corona Saquarema Pro.
Medina reeditou a final com o marroquino Ramzi Boukhiam, que rolou no Mundial Pro Junior de 2013 em Florianópolis (SC). Nas ondas manezinhas Medina ganhou seu primeiro título mundial na WSL -World Surf League.

Quem também festejou vitória Na Praia de Itaúna, foi a norte-americana Alyssa Spencer, derrotando a sa Tessa Thyssen. Essa foi a primeira vez que os quatro finalistas decidiram títulos em etapas do World Surf League (WSL) Challenger Series, circuito que vai ser encerrado em Haleiwa Beach, nos dias 26 de novembro a 7 de dezembro no Havaí.
“O Ramzi (Boukhiam) é um ótimo amigo, já fizemos uma final juntos e é um cara que eu iro bastante. Ele treina muito, surfa muito e acho que a vaga dele no CT vai chegar. Estou feliz por ter vencido mais uma vez, aqui em casa, no Brasil. Essa semana foi de muito trabalho e estou feliz pelo resultado. Deus me abençoou com a vitória e estou feliz também por estar 100% recuperado da lesão no joelho. Isso porque faz só 1 mês que a gente começou a trabalhar mais forte e pretendo chegar no Havaí para fazer meu melhor lá” – revelou o Campeão Gabriel Medina.
Gabriel Medina não competia desde a lesão no joelho sofrida em junho, durante o Oi Rio Pro nesss mesmas ondas da Praia de Itaúna. Para chegar na decisão do Corona Saquarema Pro, ele primeiro ou pelo francês Maxime Huscenot nas quartas de final, depois pelo saquaremense João Chianca nas semifinais.

Os dois tinham chances de confirmar suas vagas no CT 2023 no Brasil, entre os dez indicados pelo Challenger Series. Assim como Ramzi Boukhiam, se vencesse o campeonato.
João ‘Chumbinho’ Chianca e o marroquino, foram os únicos que entraram no G-10 em Saquarema. Ramzi subiu da 14.a para a quarta posição no ranking e o brasileiro foi do 18.o para o oitavo lugar.

“Eu gosto muito do Brasil. Tenho uma conexão boa com o país, com a galera daqui e estou feliz pelo meu resultado. O Gabriel (Medina) é o meu surfista preferido e eu sabia que tinha que surfar meu máximo pra vencer. E foi muito apertado o resultado, ele virou no final, mas pra mim ele é o melhor surfista do mundo. Foi uma bateria incrível e eu gostei. Acho que dei uma boa subida no ranking e vamos ver se consigo entrar no CT” – disse Ramzi Boukhiam.
DECISÃO DO TÍTULO
A grande final começou com Medina surfando uma direita finalizada com um aéreo reverse de backside, que foi baixo e levou nota 5,00. Ramzi também pega uma direita e ataca forte a junção, com um batidão de backside, largando na frente com 7,00.
As séries estavam muito espaçadas, com as ondas demorando para entrar e Medina escolheu outra direita para voar, porém sem aterrissar. O marroquino seguiu com seu power surf habitual, manobrando forte outra direita com suas batidas de backside, que valeram 6,43. Com essa nota, Ramzi abre 8,43 pontos de vantagem na primeira metade dos 35 minutos da bateria.
Medina usa sua experiência e induz o marroquino a remar numa onda ruim, ficando com a prioridade de escolher a próxima, quando restavam 10 minutos para o término.
O brasileiro pegou uma direita, mandou aquele batidão de backside, um cutback e atacou forte a junção, para finalizar sua melhor onda. Os juízes deram nota 7,17 e Medina ou a precisar de 6,26 para vencer. Aí o marroquino erra a escolha de uma onda, entrando numa fraca.
A prioridade de surfar a próxima fica para o brasileiro nos 5 minutos finais. Ele pega outra direita, já manda um pancadão no ponto crítico, segue atacando a onda com batidas e rasgadas e explode a junção, cerrando os punhos na vibração.

Os juízes deram nota 6,50, para Medina virar o placar para 13,67 a 13,43 pontos. O jogo se inverteu e Ramzi Boukhiam precisaria de 6,68 para vencer. Ele ainda pega uma direita nos últimos segundos, só que sem potencial e a torcida vibra com a primeira vitória de Gabriel Medina nas ondas da Praia de Itaúna.
VAGAS NO CT 2023
O dia começou com 4 surfistas com chances matemáticas de garantir classificação para o CT 2023, antes da última etapa no Havaí. O brasileiro João Chianca e o marroquino Ramzi Boukhiam, atingiriam a pontuação necessária para não sair mais do G-10 do Challenger Series.
Os outros eram o havaiano Ian Gentil e o francês Maxime Huscenot, que confirmariam seus nomes se chegassem na grande bateria final.
No primeiro duelo das quartas de final, o brasileiro João Chianca conseguiu vencer o australiano Kalani Ball na onda que surfou nos últimos minutos. A nota 6,03 recebida, virou o placar para 13,80 a 13,77 pontos.

Com a vitória, Chumbinho entrou no G-10, tirando o australiano Morgan Cibilic da zona de classificação para o CT. Mas, ele depois foi barrado por Gabriel Medina, que já tinha acabado com as chances de Maxime Huscenot e ainda de Ramzi Boukhiam na grande final.
Já Ian Gentil foi eliminado pelo marroquino nas quartas de final.Mesmo assim, os quatro deram um o importante para garantir seus nomes no CT 2023 em Haleiwa, no Havaí.
Ramzi Boukhiam e Ian Gentil assumiram a quarta e quinta posições no ranking, já ultraaram os 17.000 pontos e ficaram muito próximos de confirmar suas vagas.
Maxime Huscenot ou a dividir o sexto lugar com o australiano Liam O´Brien e João Chianca é o oitavo colocado. O brasileiro e o marroquino tiraram do G-10, o australiano Morgan Cibilic e o cearense Michael Rodrigues, que caiu do oitavo para o 12.o lugar.

G-5 FEMININO
No ranking feminino, a batalha pelas cinco vagas para o CT 2023 já tem três nomes confirmados, das australianas Macy Callaghan, Molly Picklum e da norte-americana Caitlin Simmers.
A havaiana Bettylou Sakura Johnson é a quarta do ranking e também está praticamente garantida. Restava então definir só uma vaga no G-5 e o último dia do Corona Saquarema Pro começou com um confronto direto.
O duelo entre a portuguesa Teresa Bonvalot e a australiana Bronte Macaulay, decidia a quinta posição no grupo das 5 surfistas que vão completar a elite das top-17 do WSL Championship Tour em 2023.

A portuguesa levou a melhor e vai defender sua classificação na última etapa, que começa no próximo dia 26 em Haleiwa, no Havaí. Teresa poderia garantir seu nome se vencesse o Challenger Series de Saquarema, mas perdeu para Tessa Thyssen na semifinal.
Com a agem para as semifinais, Teresa Bonvalot acabou com a chance da brasileira Luana Silva ainda brigar por vaga no CT no Havaí. Ela caiu da nona para a 14.a posição e agora só poderá tentar terminar entre as top-10 do ranking, que garante participação no Challenger Series de 2023.
Na segunda semifinal, a norte-americana Alyssa Spencer derrotou a japonesa Amuro Tsuzuki, que tinha ado pela brasileira Summer Macedo nas quartas de final.
PRIMEIRA FINAL
A primeira decisão de título começou com chuva afastando um pouco o bom público que compareceu na praia para acompanhar as finais. Alyssa Spencer dominou a bateria desde a nota 5,17 da primeira onda boa que surfou.
Logo, ela acha uma direita que fica mais em pé, para atacar forte de backside com três batidas e rasgadas que valeram nota 7,17. Com ela, abriu uma larga vantagem sobre a sa Tessa Thyssen e a vitória foi confirmada por 12,90 a 9,06 pontos.

“A gente vive tantos altos e baixos ao longo do ano, são muitos campeonatos e é difícil manter uma consistência de resultados. Quando você perde, é difícil aceitar, mas trabalhei bastante esse ano, então é muito bom ver que valeu a pena todo o esforço. O Brasil é um lugar incrível. Adoro esta energia das pessoas daqui e procurei aproveitar isso. Foi uma semana muito boa, estive cercada pelas melhores pessoas, então estou muito feliz por esta minha primeira vitória no Challenger Series” – disse Alyssa Spencer.
Tanto Alyssa Spencer, como Tessa Thyssen, nunca tinham ado das quartas de final em todas as etapas do Challenger Series que disputaram em 2021 e 2022.
A americana de 19 anos de idade, ficou em 10.o lugar no ranking do ano ado e agora já assumiu a sexta posição. A vitória no Corona Saquarema Pro, foi a quinta de Alyssa Spencer esse ano. As outras quatro foram em etapas regionais do Qualifying Series nos Estados Unidos. Já Tessa Thyssen festejou o melhor resultado da sua carreira no Brasil.

“Eu estou superfeliz, porque tenho trabalhado muito e estou evoluindo o a o, então fiquei bem satisfeita com o meu progresso aqui neste evento. Foi bem difícil essa semana, porque o mar muda bastante aqui. Mas gostei muito da vibração dos brasileiros, que foram simplesmente incríveis. É a minha primeira vez aqui no Brasil e realmente me diverti bastante durante todos esses dias” – contou Tessa Thyssen.
