Criciúma foi palco de um verdadeiro show de skate de sexta-feira (22) a domingo (24). O STU National, que ocorreu no Parque Municipal Prefeito Altair Guidi, reuniu alguns dos principais nomes do esporte no Sul de Santa Catarina. Uma dessas personalidades é Fernando Araújo, o Nando, mais conhecido como Skatista Cego.
Nando, skatista cego, e Leo, seu instrutor técnico, no STU National Criciúma – Foto: Reprodução/Redes Sociais/NDSkatista cego, Nando fala sobre início da sua trajetória 3m5q2n
Em entrevista exclusiva ao ND Mais, o atleta carioca, que tem apenas 20% da visão e 29 anos, relembrou o início da sua trajetória profissional. “Em 2011, fui na pista do Chorão, comprei um skate para andar lá. Aí, em 2015, foi quando eu decidi andar pra valer, uma vez por semana”, comenta.
Mas antes disso, quando criança, Nando conheceu o esporte por meio do jogo de Tony Hawk’s, com três anos, quando tinha 50% da visão. Foi o suficiente para ele se apaixonar. Aos cinco anos, o atleta ganhou o primeiro skate do irmão.
Nando “deixou” o skate – temporariamente -, quando tinha cerca de 10 anos, para se dedicar a outros esportes, como a natação e o judô. No entanto, a paixão pelo esporte que o conquistou lá atrás nunca foi deixada de lado. Em 2014, voltou a andar e decidiu se dedicar.
Falta de incentivo 6po1x
Desde que começou, Nando ite que foram muitos percalços, mas, o principal deles, a falta de incentivo. “O começo foi muito difícil, era eu e eu. Ninguém acreditou. Muita gente se afastou de mim por causa do skate“, pontua o atleta. “Eu sempre quis andar, desde 2012, 2013, mas pelas pessoas falarem que não dava, que era impossível, eu deixava de lado”, acrescenta.
Há sete anos, Nando começou a disputar campeonatos em modalidades não adaptáveis. “Eu já realizei o meu sonho, que é andar de skate. O meu trabalho é mostrar para os deficientes visuais que esse é um esporte como o qualquer outro. E, pra mim, foi uma libertação”, observa o paraskatista.
Há sete anos, Nando Araújo participa de campeonatos de skate – Foto: Reprodução/Redes Sociais/ND“Hoje, eu digo que o skate eu faço por amor. É como um hobbie. Quando eu estou triste e mal, em casa, eu vou pra pista e me sinto bem. Nunca me importei em viver desse esporte, eu queria andar, fazer manobra. O que vir é consequência do meu trabalho”, acrescenta o atleta.
Método da bengala-guia 2o456b
Em 2018, Nando conheceu Léo Scott, atual instrutor técnico, que desenvolveu o método da bengala-guia. A técnica consiste em mapear a pista e calcular o tamanho e distância dos obstáculos presentes.
“Eu insisto, todos os dias, para que ele utilize a bengala do jeito que a gente está desenvolvendo”, ressalta o instrutor técnico de Nando. “Desde que a gente começou, a meta principal é conseguir incentivar novos skatistas deficientes visuais a andar de skate para que tenham competidores”, finaliza Scott.
