Só neste início de 2022, sete mulheres foram vítimas de feminicídio em Santa Catarina. O caso mais recente foi registrado nesta quarta-feira (26), em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. Um homem de 54 anos foi preso após assumir ter cometido o assassinato por ciúmes da vítima de 43 anos.

“Esses sete feminicídios que nós registramos este ano apontam para os casos da morte de uma mulher numa situação de violência doméstica e familiar, que é o caso da mulher morta por um companheiro, pelo filho ou até mesmo pelo neto, que é um dos casos que se registra este ano”, contou a delegada Patrícia Zimmermann, coordenadora das DPCAMIs (Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de Santa Catarina em entrevista ao SC no Ar desta quinta-feira (27).
Para a delegada, o feminicídio “é uma questão que a gente precisa tratar na sociedade como um todo. Não existe amor numa relação que termina com a morte de outra pessoa. A morte de uma mulher numa dessas condições é um crime bárbaro. É um crime de ódio. É um crime em que o autor demonstra uma periculosidade muito grande, que ele mata a pessoa que está ao seu lado”.
Ainda conforme a coordenadora das DPCAMIs, o número de casos deste ano já superou o registrado no mesmo período em 2021. Um índice que considerou preocupante, uma vez que entre 2020 e 2021 a tendência era de queda no número de casos.
A delegada ainda reforçou a importância dos canais de denúncia de violência contra a mulher: “O Estado precisa chegar antes. Existem mecanismos de Estado, sejam grupos reflexivos para homens autores de violência, medidas protetivas de urgência, a avaliação de risco que é feita no atendimento dessa mulher. Mas nós precisamos que a mulher comunique o Estado, que ela faça a denúncia.”
Além da própria mulher, a denúncia de violência pode ser feita por familiares e amigos. “Se você é um parente próximo ou algum amigo que tem conhecimento dessa situação de violência, ligue para o 181, mande uma mensagem pro número de Whatsapp que é (48) 9-8844-0011, que a Polícia Civil vai chegar até essa mulher. Quando o Estado intervém nos atos anteriores, a estatística não demonstra esses crimes transformando-se em feminicídio”, disse a delegada.
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