Uma fonte ligada à suspeita do assassinato da grávida em Canelinha, no Vale do Rio Tijucas, falou com exclusividade à reportagem do nd+ nesta terça-feira (1º). Segundo a mulher, que pediu para não ser identificada, a acusada, de 26 anos, nunca teve comportamentos “fora do normal”. Ela diz que a suspeita sempre foi “divertida, alegre, brincalhona”.
Conforme Maíra Marchi Gomes, psicóloga da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de São José, a motivação do crime pode ter sido influenciada por vários fatores externos. Entre eles a pressão da sociedade para uma mulher se tornar mãe, e até uma possível violência que ela possa ter sofrido ou presenciado.

“É um caso grave com múltiplos fatores. Pode ter sido um surto psicótico, em que no momento do crime, ela perde o controle mental. Ou crime de perversão mesmo, a chamada psicopatia”, explica a psicóloga.
A avaliação de um possível surto psicótico pode ser solicitada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), pelo juiz do caso ou pela Polícia Civil, que investiga o caso. Essa análise pode ajudar na resolução do crime.
Segundo a fonte ligada à suspeita, ela estava casada há cinco anos. De acordo com as investigações preliminares, a acusada havia engravidado em outubro e sofrido um aborto em janeiro.
Em entrevista coletiva, a Polícia Civil de Tijucas, que investiga o caso, disse que ela havia escondido da família a perda do bebê, e ou a procurar por grávidas na região, chegando a aliciar outras mulheres em Canelinha.
A acusada confessou e afirmou, em depoimento, que agiu sozinha, sem o conhecimento do marido. Ela e o homem foram presos em flagrante. Os dois serão acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e lesão corporal grave contra o bebê.
O homem negou ter participado do crime, mas, segundo o delegado, a dinâmica do crime “faz ter suspeitas de sua efetiva participação”.
A reportagem do nd+ não identificou os suspeitos até o momento pois não havia defesa constituída. O nome da vítima também não foi divulgado para preservar a identidade da criança, conforme preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Relembre o caso 5kmc
O crime aconteceu em uma cerâmica abandonada no bairro Galera, no município de Canelinha. A vítima havia desaparecido no último dia 27, depois de sair para um chá de bebê surpresa. O corpo da grávida foi encontrado na manhã de sexta-feira (28), sem o bebê.
Segundo a polícia, a vítima sofreu um golpe de tijolo na cabeça. De acordo com o laudo do IML (Instituto Médico Legal), ela morreu devido a uma hemorragia, causada pelo corte feito na barriga para retirar o bebê.