Na terça-feira (25), a Defesa Civil apresentou a primeira versão do plano de contingência, que visa garantir a segurança dos alunos e professores nas unidades de ensino de Blumenau, no Vale do Itajaí.

O órgão foi designado para elaborar as ações após o ataque a Creche Cantinho Bom Pastor, ocorrido em abril deste ano.
Plano Municipal de Segurança Escolar 106r1m
Chamado de Plano Municipal de Segurança Escolar, para sua elaboração, a Defesa Civil encarregou uma equipe de trabalho para fazer um estudo de campo, pesquisas e análises.
Também foram ouvidos órgãos de proteção como forças de segurança, Corpo de Bombeiros, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), além das secretarias municipais de Educação, Saúde, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes), Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e Secretaria de Inclusão da Pessoa com Deficiência e Paradesporto (Seidep), a fim de alinhar um protocolo para atender a todas as unidades de ensino da cidade.
“Não bastava a gente se atentar apenas a fontes de casos nacionais, mas sim buscar o histórico estrangeiro de atentados, para que pudéssemos ter um embasamento mais completo de possíveis cenários”, explicou o secretário de Defesa Civil, Carlos Olímpio Menestrina.
Ainda de acordo com o secretário, o objetivo do plano é estar preparado para enfrentar esse tipo de situação caso ocorra novamente. “É nossa obrigação estarmos capacitados e preparados para dar a resposta rápida e eficiente”.
Em 24 anos, o Brasil já registrou 21 ocorrências de ataque 4p2l2c
De acordo com o levantamento da Defesa Civil, o primeiro ataque do gênero registrado no Brasil aconteceu em um Shopping no Estado de São Paulo, em 1999. Na época, um homem com arma de fogo disparou em uma sala de cinema, onde deixou seis feridos e matou outras três vítimas.
Em quase 24 anos após o primeiro caso, desde então o país contabiliza 21 ocorrências deste tipo, com 209 vítimas, 122 feridos e 87 pessoas mortas.
Depois da apresentação realizada na terça-feira (25), a Defesa Civil irá analisar as considerações e pontos de vista de cada secretária e órgão envolvido, para revisar e concluir o plano de contingência. Após isso, ele será apresentado para a sociedade.
A Secretaria de Defesa Civil (Sedeci) prevê que o protocolo seja compartilhado com toda a comunidade ainda em agosto.
Blumenau adotou várias medidas de segurança após ataque 4g725k
Desde o ataque a creche ocorrido em abril, Blumenau adotou várias medidas de segurança nas 128 unidades de ensino da cidade, entre elas, a contratação de seguranças, construção de muros e instalações de câmeras de monitoramento.
As equipes técnicas da prefeitura também visitaram todas as instituições para verificar possíveis vulnerabilidades na estrutura física das unidades.
A cidade também adotou a instalação de 220 câmeras de segurança e botões do pânico.
O sistema adotado é integrado a Polícia Militar e a Central de Controle Operacional da prefeitura. O protocolo de acionamento do botão de pânico está previsto no plano de contingência, elaborado pela Defesa Civil.
“Nos últimos meses trabalhamos muitas ações para oferecer mais segurança nas nossas instituições de ensino. Contratamos seguranças, estamos construindo muros, vamos instalar câmeras de segurança e agora também teremos o plano de contingência para ser executado em casos de ataques. O plano de contingência é fundamental para que nossos estudantes e servidores saibam como agir em situações de ameaça ao ambiente escolar”, afirmou o secretário de educação, Alexandre Matias.
Relembre o caso 5kmc
No dia 5 de abril, a Creche Cantinho Bom Pastor, no bairro da Velha, foi alvo de um ataque que matou quatro crianças e deixou outras cinco feridas.
Um homem de 25 anos pulou o muro da instituição e tirou a vida das crianças ao agredi-las com uma machadinha. Em coletiva, o governo do Estado confirmou que o homem tinha outras quatro agens pela polícia, entre elas por tentar esfaquear o padrasto. Ele se entregou à polícia logo após cometer o crime.
O ND+ não irá publicar os nomes do autor e das vítimas do ataque, assim como imagens explícitas do crime. A decisão editorial foi feita em respeito às famílias e ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), também para não compactuar com o protagonismo de criminosos.