No Brasil, a história da mulher na segurança pública é marcada por desafios. Foi na região do Vale do Itajaí, em 1972 que a primeira delegada do país foi conhecida. Lúcia Maria Stefanovich era natural de Lauro Müller e durante a carreira atuou como Delegada Regional de Rio do Sul e Ibirama.

Mais de meio século depois e cerca de 70km de distância, a luta por mais representatividade e igualdade trouxe uma nova figura para comandar o policiamento de Blumenau em 2023. Juliana Cíntia de Souza Tridapalli foi empossada como delegada regional da Polícia Civil do município.
Para Juliana, sua experiência vai fazer a diferença na nova função e reforça sobre a importância do diálogo com a comunidade. “As pessoas são diferentes, todos os delegados que aram por aqui deixaram a sua marca. Vou deixar a minha também. Ter trabalhado na Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente vai influenciar na minha tomada de decisão”, analisa.
Os mais de doze anos de experiência trouxeram e trazem muita bagagem para a carreira de Juliana. Para ela, o desejo de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e segura para todos é essencial para a manutenção da ordem e proteção da população.
Na trajetória de vida, Juliana enfrentou diversos desafios que a levaram em busca de um caminho profissional para atuar de forma a proteger e ajudar outras pessoas.
Juliana ainda reforça que seu compromisso é com a valorização da vida e dos direitos humanos. “O lado bom de ser policial é receber um salário para ajudar as pessoas, fazer a diferença no dia delas. A gente consegue dar um acolhimento para vítimas, ajudar pessoas e famílias carentes”.
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A presença de Juliana Tridapalli como a delegada regional é um exemplo concreto de como as mulheres cada vez mais ocupam espaços de poder e liderança em diversas áreas.

Ter o apoio e a valorização de seus colegas de trabalho, gestores e da sociedade como um todo faz com que superem barreiras. E assim, apesar das situações de discriminação e desigualdade, muitas continuam a lutar por seu espaço e a exercer suas atividades com excelência.
Tridapalli conta que todos os dias, luta contra a discriminação e pela valorização da mulher. “Eu tenho a plena consciência de que eu realmente já sofri dessas situações. O tempo e a experiência faz a gente criar uma maior consciência do que é. Mas, isso nunca me impediu de exercer a profissão. Não deixei que isso me abalasse”.
A história da delegada Juliana é exemplo de perseverança e dedicação. Seu trabalho mostra que é possível superar obstáculos e alcançar o sucesso. Comprometida com a inclusão das mulheres na profissão, a nomeação reflete uma tendência crescente na área historicamente dominada por homens. A delegada regional conta que uma das metas que já começou a cumprir é ouvir as mulheres que trabalham nas delegacias da região. “Temos uma reunião com todas as policias para que eu possa dar voz a elas”, ressalta.