A chacina na escola infantil Pró-Infância Aquarela, onde um jovem de 18 anos invadiu a creche e matou friamente cinco pessoas, entre elas três bebês, completa um mês nesta quinta-feira (4).

A brutalidade do crime chocou a pacata cidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, e acendeu um alerta: qual a segurança das escolas e creches do Estado?
Pensando nisso, a reportagem do ND+ conversou com órgãos do Estado para entender melhor quais as mudanças após o ocorrido.
Ainda no dia 12 de maio, oito dias após a tragédia, o governo de Santa Catarina anunciou que todas as 1.064 escolas estaduais teriam vigilantes para reforçar a segurança.
“É fundamental para o governo do Estado manter a presença física de vigilantes em todas as escolas catarinenses, principalmente a partir das notícias mais recentes de violência contra alunos e professores. Buscamos uma educação de qualidade, aliado a isso, é necessário que as unidades sejam ainda mais seguras e acolhedoras para todos. Isso é o que faremos”, reforçou o governador Carlos Moisés (PSL) na ocasião.
“Máximo esforço” 6u2b2v
Segundo o secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro, Santa Catarina está fazendo o “máximo possível” para reforçar a segurança nas escolas.
“Nós temos 1.064 escolas, dessas, 1.059 tinham a vigilância monitorada, com câmeras de filmagem. Todas as escolas estaduais terão câmeras de segurança, monitores e alarmes”, prometeu o secretário.
O atual contrato de serviços de vigilância humana e eletrônica da Secretaria de Estado da Educação tem custo mensal de R$ 4.143.543,95. O novo processo licitatório, pelo qual a SED investiria R$ 12.776.320,34 por mês, já estava em tramitação.
Após Moisés determinar que fossem instalados postos de vigilância nas 1.064 escolas da rede estadual de ensino, este processo ou por revisão.
O processo teve o Termo de Referência retificado com a implantação de postos em todas as unidades escolares e atualmente está em fase de elaboração do edital para abertura da licitação.
De acordo com estimativas iniciais, será necessário investimento de R$ 22 milhões mensais, incluindo também a instalação de 6.779 câmeras e 22.108 sensores de presença.
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Para o presidente do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina), Luiz Vieira, os vigilantes são extremamente essenciais nas escolas estaduais do Estado para garantir a segurança de professores, funcionários e estudantes.
“Esse trabalhador também deve auxiliar na entrada e saída de estudantes, dando segurança àqueles que estão frequentando o ambiente escolar, até para evitar que qualquer pessoa entre”, afirma.

Questionado se os professores da rede estadual se sentiam seguros nas escolas de Santa Catarina, Vieira afirmou que: “na sua grande maioria, sim”.
“Depende muito da construção do prédio, em algumas, sim, outras não. Em algumas, o ambiente é muito aberto, facilita a entrada e saída”, alega.
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A Secretaria de Educação de Florianópolis afirmou que todas as escolas municipais da cidade são contempladas por vigilância eletrônica com alarmes, circuito fechado de televisão, sistema de comunicação por voz permanente e comunicação de emergência de forma contínua.
De forma complementar, existe vigilância humana patrimonial desarmada, totalizando 34 unidades através de contrato terceirizado e mais 36 unidades, com vigias da própria PMF.

“Precisamos prestar atenção tanto no ambiente interno quanto no perímetro de localização da escola, criando medidas que atendam a todas as demandas de segurança, desenvolvendo a cultura prevencionista com o envolvimento da comunidade escolar”, explica o secretário Maurício Fernandes Pereira.
A Secretaria de Educação de Florianópolis ou a desenvolver treinamento em segurança nas escolas, em que são abordados procedimentos de ação em situações adversas, desde como lidar com um enxame de abelhas, ou de como agir diante de uma pessoa armada.
Depois do treinamento os envolvidos podem reagir à situação, levando os estudantes para um local seguro, para que outros adultos possam intervir, colocando em ação a rede de primeira resposta que a escola tem organizada, e de forma planejada, paralelamente, acionar os profissionais de segurança e resgate.
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Em contato com a assessoria do Colégio Catarinense, em Florianópolis, a reportagem do ND+ foi informada que o local tem um sistema de controle com câmeras e vigilantes.
Além disso, os alunos precisam ar por uma catraca na entrada com crachá e senha digital. Fornecedores e pais ou responsáveis que entram no colégio precisam estar cadastrados.
Controle rigoroso 4h391y
Para o especialista em segurança patrimonial Marcy José de Campos Verde, o controle rigoroso de quem entra e sai das escolas é a medida mais eficaz para evitar ataques.
“As escolas precisam ter uma barreira perimetral razoavelmente eficiente de qualquer material: muro, grade ou alambrado. Tem que ter um controle definindo as portas de pedestres. E, efetivamente, você tem que ter um controle de o”, avalia.
“Hoje há tecnologias que você pode utilizar, além disso, pode ser solicitado, no mínimo, um crachá para quem for entrar. Só o uniforme é muito pouco, a pessoa pode conseguir em algum lugar ou falsificar”, completa.
Ainda segundo Marcy, os pais são importantes na ação para cobrar melhorias nas escolas quando perceberem brechas na segurança. “Essa iniciativa pode salvar vidas”, finaliza.
* com informações da Record TV