Funcionário de uma clínica clandestina para reabilitação de dependentes químicos, Uallas, de 33 anos, foi executado a tiros pelo próprio patrão após cobrar uma dívida. A dupla trabalhava em Embu-Guaçu, região metropolitana de São Paulo.

O patrão Marcos Aurélio Silva Vieira, 47 anos, fugiu do local do crime e segue foragido. Segundo reportagem do Cidade Alerta na terça-feira (23), o suspeito é dono de três clínicas clandestinas na Grande São Paulo.
Uallas seria coordenador dos estabelecimentos e, horas antes de ser assassinado, enviou um áudio para o chefe exigindo o pagamento de uma dívida de cerca de R$ 5 mil. Ele faz um apelo para “acabar com essa guerra” entre os dois.
“Paga o meu pagamento que você não pagou, paga o pagamento da Alane que você não pagou. Aí já era mano, que eu já saio da sua casa aí e meto marcha, parça”, pede em áudio o coordenador.

Alane, esposa de Uallas também trabalhava na clínica clandestina e falou com exclusividade ao Cidade Alerta. “Tudo começou quando a gente falou que não iria mais trabalhar para ele”, lembra.
Ela ainda afirmou que o marido tinha com Marcos uma relação de pai e filho. Alane e Uallas chegaram a ser presos quando a clínica clandestina foi descoberta, mas se recusaram a entregar o patrão.
Uallas foi executado a tiros após discutir com o patrão 2v6i
Ao receber uma denúncia, a polícia encontrou Uallas caído no mato ainda com sinais de vida. O funcionário, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
De acordo com testemunhas, outras cinco pessoas estavam presentes no momento do assassinato. Uallas era caseiro da clínica, ou seja, trabalhava e morava no local.
Ele resolveu se mudar após três anos no estabelecimento e começou a recolher seus pertences com a ajuda de três amigos. O patrão, acompanhado de outros dois parceiros, ou a discutir com o coordenador.

A briga fugiu do controle e Marcos sacou uma arma, disparando diversas vezes contra Uallas. O motivo da discussão, de acordo com os depoimentos, foi sobretudo a dívida cobrada pela vítima.
Em nota ao Cidade Alerta, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o homicídio do Caso Uallas está sob investigação. A reportagem também visitou a clínica clandestina, onde encontrou sinais de tortura e falta de higiene.
Poucos dias depois do assassinato, a esposa Alane descobriu que estava grávida do marido. Ele ainda deixa quatro filhos de um casamento anterior. Confira os detalhes na reportagem: