A perícia realizada pelo CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) apontou que a mangueira do fogão da quitinete que explodiu em Jurerê, em Florianópolis, estava dobrada e vencida há 10 anos. Além disso, foi identificada uma rachadura no material, presente há bastante tempo, que causou o vazamento de gás. No incidente, Helenita Pereira da Silva, de 56 anos, morreu soterrada.

Em coletiva de imprensa realizada no Centro de Pesquisa e Inovação do CBMSC, o chefe de perícia Fábio Fregapani Silva explicou que havia irregularidades em todas as instalações de gás. Dos 320 m² do eficício, 270 m² foram atingidos. O prejuízo estimado é de R$ 742 mil. Não havia sistemas preventivos contra incêndio e pânico no local.
A zona de origem da explosão foi identificada como o lado mais próximo à edificação do bloco do lado direito, especificamente na região da cozinha e da sala do apartamento de baixo, onde a vítima estava. Também participou da coletiva o capitão do CBMSC, Ismael Mateus Piva, chefe do setor de investigações.
Conforme as análises, uma boca do fogão estava acesa e a outra estava semiacesa, o que indica que ele estava sendo usado. Helenita Pereira da Silva foi encontrado ao lado do aparelho.
Além disso, a válvula de segurança da mangueira não foi encontrada pelos peritos. Em algumas das quitinetes analisadas também não foi vista, o que “reforça a existência de instalações precárias”.
Confira a explicação do Corpo de Bombeiros Militar: 2x184k
Bombeiros explicam como o vazamento de gás ocorreu no prédio que explodiu em Jurerê – Vídeo: Osvaldo Sagaz/NDTV
O que aconteceu com a vítima b5521
De acordo com relatos da família aos bombeiros, Helenita Pereira da Silva ligou para sua irmã por volta de 8h15, e informou que estava com tonturas e pediu ajuda. Enquanto a irmã se deslocava até a quitinete, a explosão ocorreu, por volta de 8h30.
Há algumas hipóteses levantadas pelos peritos. Uma delas é de Helenita já ter acordado intoxicada com o gás e não ter percebido o forte cheiro. Após levantar, ela foi preparar o café. A vítima foi encontrada com a tampa do pote de café em frente ao fogão. “No acendimento do fogão houve a fagulha necessária para a explosão”, aponta o capitão Fábio Fregapani Silva.
“Descobrimos que ela tinha rinite alérgica e poderia ter dificuldade de sentir cheiro. A segunda hipótese, menos provável, é de ela ter acordado com sintomas de Covid-19, inclusive com a perda do olfato”, relatou Fregapani.
As causas da explosão são a falta de manutenção da mangueira e a ausência de sistema preventivo, que resultou no vazamento. “Por isso o deslocamento de ar sistema preventivo é tão importante, a ventilação permanente, para não deixar que o gás se concentre e que se torne ideal para uma explosão”, reforça Ismael Mateus Piva.
Lembre o caso 4n2t1g
O prédio de dois dois andares, em Jurerê, no Norte da Ilha de Santa Catarina, na rodovia Jornalista Maurício Sirostki Sobrinho, explodiu na manhã do dia 25 de maio, por volta de 8h30.
O edifício não tinha alvará de funcionamento e o incidente deixou 11 desabrigados. Apenas Helenita Pereira da Silva, de 56 anos, estava no local colapsado no momento da explosão. Outras pessoas estavam na unidade ao lado, que também sofreu danos.
Helenita morreu soterrada após a explosão do prédio em que morava há pouco mais de 15 dias. Ela ficou presa sob os escombros e foi localizada após quase 12 horas de buscas, por volta de 22h30.