Os estimados R$ 20 milhões que teriam sido desviados por Adir Aliatti, guru da Osho Rachana, teriam sido utilizados em bets (apostas online), viagens de luxo e empresas pessoas. Ele foi alvo de uma operação policial na quarta-feira (11) suspeito de tortura psicológica, curandeirismo e estelionato contra os integrantes do local.

A investigação aponta que as vítimas procuravam a comunidade Osho Rachana em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para realizar imersões e terapias bioenergéticas alternativas, meditações e outros rituais como a prática de sexo livre – incentivada como processo terapêutico no local. E os pacotes custavam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
Em nota enviada à Globo, a defesa de Aliatti negou as acusações e diz que o guru da Osho Rachana já se colocou à disposição das autoridades.
“Aliatti confia na justiça e não se furtará de prestar todos os esclarecimentos devidos nos foros e momentos adequados. Até onde teve conhecimento dos fatos investigados, a materialidade na narrativa não se sustenta por falta de elementos”, afirma o comunicado assinado pelo advogado Rodrigo Oliveira de Camargo.
Guru da Osho Rachana foi denunciado por ex-integrantes da comunidade 3s3k5x
Os ex-integrantes da comunidade também contaram que, após a pandemia, o guru da Osho Rachana exigiu que todos os membros da comunidade fizessem empréstimos bancários de valor altos e entregassem para a gestão do sítio.
O prejuízo aos integrantes da comunidade foi superior a R$ 4 milhões, já que o líder da seita, também conhecido como Prem Milan, fez dezenas de dívidas após a pandemia.
“As vítimas começaram a perceber que as contas tinham algum problema financeiro e constataram um prejuízo na casa dos R$ 4 milhões, agora no último ano. Ele teria perdido com dívidas, com apostas online, com viagens”, explica a delegada Jeiselaure de Souza.
Durante a Operação “Namastê” foram apreendidos documentos, computadores, telefones celulares e máquinas de cartão, além de várias fotografias.
Os indivíduos envolvidos são investigados pela prática de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e outros crimes financeiros e também pelos artigos 241-B e E do Estatuto da Criança e do Adolescente. Já que, conforme denúncias, crianças foram expostas às práticas do local.