Acusada de matar marido e congelar corpo em SC volta à prisão após quase dois anos em liberdade 69m

A defesa de Cláudia Fernanda Tavares se manifestou e recorrerá da decisão; Claudia é acusada de matar o marido e congelar corpo no freezer em Lacerdópolis 4o5158

Claudia voltou para a prisão no sábado (31); ela é acusada de matar o marido e congelar corpo – Foto: Arquivo Pessoal/NDClaudia voltou para a prisão no sábado (31); ela é acusada de matar o marido e congelar corpo – Foto: Arquivo Pessoal/ND

Após quase dois anos em liberdade, Cláudia Fernanda Tavares, acusada de matar o marido Valdemir Hoeckler, de 52 anos, e congelar corpo em um freezer no interior de Lacerdópolis, no Meio-Oeste de Santa Catarina, voltou à prisão preventiva no sábado (31).

Segundo a defesa de Cláudia, o STJ (Supremo Tribunal Justiça) determinou o restabelecimento da prisão preventiva da acusada, que aguarda o julgamento do caso.

Cláudia respondia ao processo em liberdade desde agosto de 2023, mediante o cumprimento de algumas medidas cautelares. A defesa afirmou que irá recorrer da decisão e acredita que o STJ voltará a conceder a ela o direito de aguardar o julgamento em liberdade.

O advogado criminalista Matheus Molin explica que, durante o período em que Cláudia esteve em liberdade, ela cumpriu rigorosamente todas as medidas impostas pelo juízo da comarca de Capinzal.

Segundo ele, Cláudia nunca se esquivou da Justiça e tem buscado, incansavelmente, contar sua história e provar que foi vítima de violência doméstica durante os 20 anos de relacionamento.

“Infelizmente, precisou matar para não morrer. Não podemos esquecer que Cláudia, ao longo de duas décadas de convivência com Valdemir, vivenciou e sofreu todos os tipos possíveis de violência doméstica — física, moral, psicológica, financeira e, por vezes, até sexual — além de ter sido privada do convívio com a filha do casal”, destacou Molin.

Ainda segundo o advogado, a decisão causa, sim, estranhamento à defesa. “É importante deixar claro que essa decisão é fruto de um recurso interposto pelo MPSC em agosto de 2023, contra a decisão do TJSC que concedeu liberdade a Cláudia.”

De acordo com Molin, o recurso tramitava desde 2023 e, na última sexta-feira (30), o STJ acolheu o pedido apresentado pelo Ministério Público. “A defesa entende que, além de absurda, essa decisão é totalmente ilegal.”

O advogado afirma que Cláudia cumpriu todas as medidas cautelares impostas, utilizou tornozeleira eletrônica e manteve atividade profissional, inclusive nos três períodos do dia. “Agora, neste novo recurso que será interposto, a defesa irá novamente mostrar ao Judiciário tudo que Cláudia sofreu em sua vida e os motivos pelos quais ela merece aguardar esse julgamento em liberdade.”

Corpo estava congelado em freezer na própria casa, em Lacerdópolis.Corpo estava congelado em freezer na própria casa, em Lacerdópolis; Claudia é acusada de matar homem e congelar corpo. – Foto: Carlos Correa/NDTV/Montagem

Cláudia também se manifestou sobre a nova prisão e ressaltou que se apresentou voluntariamente para o cumprimento da ordem. “Assim como da outra vez, eu me entreguei. Desta vez também vou me entregar, e que a Justiça seja feita”, afirmou.

Ela reforça que sairá de cabeça erguida, pois acredita em sua absolvição. “Quero que todos conheçam cada detalhe da minha história e entendam o porquê de tudo que aconteceu”, declarou.

O ND Mais entrou em contato com o MPSC, que informou mais detalhes ao longo da tarde de segunda-feira (3) sobre a prisão da suspeita. Segundo o MPSC, mesmo que ela estivesse em um ambiente de violência doméstica, como a defesa afirma, o crime cometido contra o cônjuge foi desproporcional. “Por isso, a prisão é necessária para garantir a ordem pública”, aponta.

Claudia é acusada de matar marido e congelar corpo hi6m

O corpo de Valdemir foi encontrado na noite do dia 19 de novembro de 2022. Ele estava desaparecido desde o dia 14, quando não apareceu para trabalhar. As buscas iniciaram no dia 15, nas redondezas do local onde teria desaparecido. Policiais militares, Corpo de Bombeiros, moradores e voluntários participaram das buscas.

No dia 18 de novembro a esposa da vítima foi até a Delegacia de Polícia Civil prestar depoimento. Segundo o delegado de Polícia Civil, responsável pelas investigações, Gilmar Bonamigo, algumas lacunas ficaram em aberto, sem respostas plausíveis.

Acusada de matar Valdemir Hoeckler e congelar corpo voltou para a prisãoAcusada de matar Valdemir Hoeckler e congelar corpo voltou para a prisão – Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/ND

“Em seu depoimento, a mulher de Valdemir consentiu e autorizou a realização de perícia no interior da sua casa para a noite do dia 19. No entanto, horas antes da perícia chegar ao local, a polícia tomou conhecimento de que a esposa da vítima havia fugido. Alguns moradores informaram que a casa havia sido trancada como nunca havia ocorrido antes”, disse o delegado.

Diante dos fatos, a polícia começou a acreditar que o corpo poderia estar ocultado na própria casa. Após iniciar as buscas, foi encontrado congelado no interior do freezer.

Em entrevista ao canal no YouTube do roteirista Roberto Ribeiro, ex-apresentador do Programa Investigação Criminal, a mulher confessou o crime e deu detalhes de como matou o marido, bem como da vida do casal. Ela revelou que vivia uma pressão psicológica constante no casamento.

Claudia afirmou que decidiu tirar a vida do companheiro por não ar mais ser agredida, perseguida e humilhada pelo homem.

“Ele não me deixava fazer nada, simplesmente eu não tinha vida própria. Eu não podia sair com as amigas. Eu ia ao salão fazer o cabelo e tinha que sair com o cabelo molhado, porque ele estava me enchendo o saco por estar demorando. Tinha que correr contra o tempo, a minha vida sempre foi sob pressão”, afirmou Claudia.

Ainda segundo a mulher, Valdemir exigia que ela mandasse fotos e fizesse videochamada para confirmar onde estava quando tinha compromissos do trabalho à noite. “Não podia me arrumar para essas ocasiões, porque não eu ia tá me arrumando para outro (sic)”.

Claudia se entregou à polícia na tarde do dia 21 de novembro, um dia depois da entrevista. Durante depoimento na delegacia, a mulher, segundo o delegado, não mostrou nenhum tipo de arrependimento, e mostrava-se tranquila pelo fato de ser presa, disposta a cumprir a pena, pois depois deste período reclusa não teria mais ninguém que pudesse oferecer perigo.

Essa informação também foi revelada por Claudia na entrevista ao escritor Beto Ribeiro. “Vou estar presa, mas estou leve. Tive que tomar essa decisão, porque vi que era ele ou eu. Ele não ia me deixar em paz nunca”.

A mulher foi denunciada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) pela morte do marido. A Promotoria de Justiça da Comarca de Capinzal pretende que a acusada seja submetida a júri popular por homicídio duplamente qualificado (asfixia e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

Segundo a denúncia, Claudia teria dopado o marido com medicamentos de rotina para que ele dormisse. Na sequência, amarrou pelos pés, pernas e braços até imobilizá-lo. Por fim, a mulher colocou uma sacola plástica na cabeça da vítima e apertou com pedaços de borracha para impedir a agem do ar, provocando sua morte. Depois, o corpo foi colocado no freezer.

“Ela agiu com brutalidade fora do comum e notável contraste com o mais elementar sentimento de piedade, submetendo a vítima a sofrimento desmedido e desnecessário, tudo sob absoluta ausência de qualquer sentimento humanitário”, diz a denúncia.

Claudia saiu do Presídio Feminino de Chapecó em agosto de 2023; ela é acusada de matar o marido e congelar corpo. – Foto: Alencar & Martinazzo Advogados/Divulgação/NDClaudia saiu do Presídio Feminino de Chapecó em agosto de 2023; ela é acusada de matar o marido e congelar corpo. – Foto: Alencar & Martinazzo Advogados/Divulgação/ND
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