O Ministério da Saúde confirmou que, a partir da próxima semana, o SUS (Sistema Único de Saúde) ará a fornecer um dos remédios mais caros do mundo de graça. O fornecimento foi viabilizado por um acordo firmado com a empresa fabricante na última quinta-feira (20) no qual condiciona o pagamento pelo resultado causado no paciente.

O medicamento Zolgensma tem o custo médio de R$ 7 milhões sendo usado no tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, tratando a doença causada em crianças de até 6 meses. Não estar com a ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por dia é outra condicionante para o uso.
O ministro da Saúde destaca que é a primeira vez que o SUS vai oferecer a terapia gênica, feita para modificar genes dos paciente. “Com isso, o Brasil a a fazer parte dos seis países a garantirem essa medicação no sistema público”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A AME é uma doença degenerativa rara que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.
Sem cura conhecida, as terapias buscam estabilizar a progressão da doença. Sem medicação, crianças com a doença tem alta probabilidade de morte antes dos 2 anos. O tratamento com o Zolgensma pode impactar a qualidade de vida dessas crianças, com avanços motores como capacidade de engolir e mastigar, sustentação do tronco e sentar sem apoio.
Como será a oferta de um dos remédios mais caros do mundo pelo SUS 69r47
Segundo dados do IBGE, estima-se que 287 dos 2,8 milhões de nascidos em 2023 tenham AME e, agora, eles poderão ter o ao medicamento que trata a doença. Os pacientes deverão fazer os exames preparatórios nos 28 serviços de referência para tratamento de AME no SUS.

O Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas, que orienta como será feita a assistência desses pacientes, será publicado nos próximos dias.
No Brasil, 18 estados têm serviços referência para realização da terapia gênica, sendo eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O acordo firmado entre o governo e a fabricante prevê o pagamento da terapia da seguinte forma:
- 40% do preço total, no ato da infusão da terapia;
- 20%, após 24 meses, se o paciente atingir controle da nuca;
- 20%, após 36 meses, se o paciente alcançar controle de tronco (sentar por, no mínimo, 10 segundos sem apoio);
- 20%, após 48 meses, se houver manutenção dos ganhos motores alcançados;
- Cancelamento das parcelas em caso de óbito ou progressão da doença para ventilação mecânica permanente.