UFSC obtém ordem judicial para cultivar Cannabis com fins medicinais 2h6n6w

Universidade é a primeira do país a receber a autorização para produzir e utilizar insumos derivados da planta em pesquisas do setor de medicina veterinária

A 1ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis concedeu a permissão para a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) produzir insumos para a pesquisa da aplicação da Cannabis Sativa na área da medicina veterinária. A universidade é a primeira instituição de ensino superior do país a obter uma medida judicial que lhe permite produzir todos os insumos da planta.

Professor do campus de Curitibanos vem desenvolvendo remédios para tratar crises convulsivas e outras doenças em animais – Foto: Pexels/Reprodução/NDProfessor do campus de Curitibanos vem desenvolvendo remédios para tratar crises convulsivas e outras doenças em animais – Foto: Pexels/Reprodução/ND

O salvo-conduto autoriza o pesquisador e professor Erik Amazonas, do CCR (Centro de Ciências Rurais) do campus de Curitibanos, a realizar o cultivo, preparo, produção, fabricação, depósito, porte e prescrição da Cannabis Sativa.

Com isso, a Faculdade de Medicina Veterinária do Campus de Curitibanos, pioneira no ensino do uso veterinário da Cannabis no Brasil, conquistou o inédito direito de cultivar a planta para fins de pesquisa veterinária.

O professor Amazonas coordena a linha de pesquisa “Endocanabinologia e Cannabis Medicinal”, do Grupo de Estudos em Produção Animal e Saúde, que busca “traçar o perfil terpeno fenólico de diferentes linhagens de Cannabis spp a fim de categorizar as diferentes linhagens quanto ao seu real conteúdo de canabinoides e terpenos” segundo o pesquisador.

Como será o estudo 4c1e5w

Existem centenas de variedades de Cannabis spp. A pesquisa também objetiva reunir conhecimento sobre os óleos derivados de diferentes linhagens e comparar métodos de extração de compostos.

Está no escopo do estudo do professor Amazonas avaliar o uso de medicação à base de terpenofenóis em animais não humanos.

Formulações de uso tópico contendo Cannabis serão analisadas quanto ao seu potencial cicatrizante e anti-inflamatório, efeito inseticida, repelente, mosquicida, anti-helmíntico e desinfetante. Até mesmo o uso alimentar em animais não humanos será pesquisado.

O grupo reúne, além de Amazonas, outros seis professores, um servidor técnico-istrativo, alunos de graduação e pós-graduação do campus de Curitibanos e um consultor externo.

“O cultivo pela universidade permitirá, além da pesquisa e uso clínico veterinário, a caracterização química de diferentes linhagens e seus produtos, permitindo uso científico mais criterioso, o desenvolvimento de linhagens, de tecnologias e processos de produção para um promissor setor econômico ainda nascente no país, além de capacitar os acadêmicos de medicina veterinária, agronomia e engenharia florestal do campus na vanguarda da ciência canabinoide”, diz o professor Erik Amazonas.

Ele acredita que a pesquisa contribuirá para a efetiva regulamentação da prescrição veterinária no Brasil junto ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Importação q1o4p

Na sua decisão de conceder habeas-corpus preventivo ao professor Erik Amazonas, para que ele não sofra medidas restritivas por parte de autoridades policiais ou judiciárias, a juíza Simone Barbizan Fortes, destacou que, apesar de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ter aprovado a regulamentação do uso medicinal da maconha, a resolução não autoriza o plantio da Cannabis.

“Desse modo, as pesquisas dependiam da importação dos princípios ativos, o que as tornaria inviáveis, especialmente considerando os cortes orçamentários que vêm padecendo as instituições de ensino superior federais”, escreveu a juíza.

De acordo com a decisão, o plantio e cultivo da planta deverá ser nas dependências da universidade, em local definido pela própria instituição. A produção artesanal e o armazenamento do extrato poderão ser realizados no Campus de Curitibanos da UFSC.

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