Santa Catarina registrou 29.594 erros de assistência à saúde entre agosto de 2023 e julho de 2024, sendo as falhas de assistência médica as mais frequentes (7.216 casos). Problemas com cateteres venosos (6.715) e lesões por pressão (3.812) completam o top 3 das ocorrências no estado, que possui 71 instituições acreditadas – apenas cinco públicas.

Os dados compilados pela ONA (Organização Nacional de Acreditação) têm como base as informações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O relatório da Anvisa apresenta os resultados da análise de incidentes relacionados à assistência à saúde notificados em Santa Catarina no período de um ano, entre agosto de 2023 e julho de 2024. As notificações foram realizadas mensalmente pelos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) dos serviços de saúde através do sistema Notivisa.
O documento detalha o número e tipos de incidentes, a frequência por tipo de serviço de saúde, o grau de dano, a distribuição por faixa etária e os chamados “never events” – incidentes graves e evitáveis que resultam em danos graves ou morte do paciente.
O objetivo principal é fornecer informações para a prevenção de riscos e a melhoria da segurança do paciente. Os dados são apresentados em gráficos e tabelas, oferecendo uma visão abrangente dos eventos adversos na região.

Assistência médica lidera lista de erros em SC 3j104i
As falhas de assistência médica abrangem desde falhas na medicação até problemas de comunicação entre equipes e infecções hospitalares evitáveis. Em Santa Catarina, esse erro de assistência à saúde representa quase 25% de todas os registrados no estudo.
Os cinco principais incidentes relacionados à assistência à saúde notificados no estadono período de agosto de 2023 a julho de 2024 foram:
- Falhas durante a assistência à saúde: com 7.216 notificações;
- Falhas envolvendo cateter venoso: com 6.715 notificações;
- Lesão por pressão: com 3.812 notificações;
- Queda do paciente: com 2.188 notificações;
- Falha na identificação do paciente: com 2.150 notificações.

Brasil registrou quase 300 mil casos de erros de assistência à saúde no mesmo período 6v1u3k
No cenário nacional, os números são ainda mais alarmantes: 295.355 falhas registradas. Entre os mais graves, figuram istração de medicamentos (por dosagem ou algum tipo incorreto) e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes. Além disso, lesões por pressão, como contusão, entorse e luxação se destacam no ranking de falhas.
Conforme a gerente de operações da ONA (Organização Nacional de Acreditação), Gilvane Lolato, embora os números sejam preocupantes, os relatos de erros de assistência à saúde reduziram no país. Em relação à istração de medicamentos, por exemplo, a queda foi de 51%.
“Erros na identificação de pacientes caíram 52%, infecções hospitalares reduziram 42%, falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%, enquanto os problemas de comunicação diminuíram 37%”, destacou.
Segundo Gilvane, houve ainda uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos. Além disso, houve 45% de redução tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos.

O que diz a Secretaria de Estado da Saúde de SC 1j502d
Em nota, a SES(Secretaria de Estado da Saúde) afirmou que desempenha um papel fundamental no Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, com incentivo à notificação em casos de erros de assistência à saúde. A SES realiza o monitoramento desses incidentes nos serviços de saúde públicos e privados.
“As notificações são analisadas, acompanhadas e concluídas pela Coordenação Estadual de Segurança do Paciente (CESP), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), que também promove o retorno das informações aos serviços notificadores, contribuindo para os processos de investigação, tratativas e adoção de medidas preventivas”, destaca a secretaria da Saúde.
Conforme a SES, o objetivo é “reduzir os danos evitáveis nos cuidados em saúde no território catarinense, a CESP realizou, em 2024, o Mapeamento Estadual em Segurança do Paciente, com base no Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente (PGSP) 2021–2030”. Ainda segundo a SES, a iniciativa resultou em ações de qualidade e segurança do paciente articuladas com a Rede de Atenção à Saúde (RAS).
“A SES reafirma seu compromisso em envidar todos os esforços necessários para alcançar os objetivos estratégicos do PGSP, promovendo uma cultura de segurança na prestação de serviços à população catarinense”, finalizou.