O parto prematuro é a principal causa global da mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade e o Brasil é o 10º colocado no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros.
Por isso, a campanha Novembro Roxo – que tem 17 de novembro como o Dia Mundial da Prematuridade – leva um alerta às famílias e à sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências. Florianópolis vai sediar um dos eventos.

O bebê é considerado prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez. Uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas.
De acordo com o Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos.
Levantamento feito pela ONG Prematuridade.com mostrou que, para 95,4% dos brasileiros, as políticas públicas relacionadas à prematuridade devem ter alta prioridade, sendo que 74,1% afirmam que essa priorização deve ser muito alta e 21,3%, alta.
A Pesquisa de Opinião sobre a Prematuridade foi realizada de forma online entre os dias 3 de agosto e 20 de setembro e registrou 1.433 participações de pessoas de todo o Brasil.
“Nosso objetivo foi avaliar a percepção e o grau de conhecimento das pessoas sobre o tema, já que estamos falando de um dos problemas sociais mais graves do país, que ainda é desconhecido por muitos”, afirma a diretora executiva Denise Suguitani.
Denise disse ainda que a pesquisa evidenciou que a grande maioria dos brasileiros acredita que a prematuridade é um problema de saúde pública. “E deve ser olhado com mais atenção pelo governo, pelas políticas públicas e por quem toma as decisões”, finaliza.
Desconhecimento 4w1j3r
O levantamento da ONG Prematuridade.com mostra que 30% das mães e pais de bebês prematuros desconheciam totalmente o tema antes de eles mesmos arem por essa experiência; 30% conheciam muito pouco e 28% tinham praticamente nenhum conhecimento sobre o assunto.
“A gente precisa falar mais durante o pré-natal, informar as mulheres em idade fértil, trazer o tema à tona para toda sociedade para que, caso venha a acontecer um parto prematuro, os riscos sejam menores, tanto para mãe quanto para o bebê”, destaca Denise.
Ela ressaltou a importância de incluir o tema da prematuridade na formação e na capacitação contínua de profissionais de saúde que atuam na fase anterior ao parto.
“Como os profissionais da atenção básica, para que possam informar as famílias de maneira adequada e acolhedora, que muitas vezes um parto prematuro pode acontecer mesmo sem sinais prévios”, afirma.
A pesquisa também mostrou que a maior parte dos participantes (55,6%) desconhecia o fato de que o parto prematuro é hoje a principal causa global da mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade.
Já sobre o Brasil ser o 10º colocado no ranking mundial de partos prematuros, 64,6% desconhecem essa realidade, contra 35,4% que informaram ter ciência a respeito.
Impactos da prematuridade 6b4vj
Uma situação preocupante envolve os bebês chamados “termo precoce”, nascidos entre a 37ª e a 38ª semanas gestacionais, muitos deles de cesáreas eletivas, ou seja, quando não há indicação técnica para esse tipo de parto.
Pesquisas na área apontam que os nascidos nesse perfil podem apresentar resultados de saúde mais semelhantes aos nascidos prematuros do que aos nascidos no período “a termo”, com mais de 39 semanas de gestação.
Outro levantamento feito pela ONG Prematuridade.com, em 2019, com mais de quatro mil famílias, identificou que o tempo médio de permanência do bebê prematuro na UTI neonatal, após o nascimento, é de 51 dias.
“É uma situação que impacta diretamente a saúde pública e afeta, muitas vezes de forma irreversível, os pais e os bebês, tanto física quanto emocionalmente”, destaca Denise.
“Por isso, é cada vez mais evidente a necessidade de grandes campanhas de conscientização sobre o assunto, além de políticas públicas que visem a redução do número de partos prematuros, fortalecendo programas de educação sexual na adolescência, planejamento familiar e acompanhamento pré-natal de qualidade”, complementa.
Novembro Roxo 3c5v4v
Ao longo do mês de novembro, a ONG Prematuridade.com fará uma série de atividades, online e presenciais, em alusão à campanha mundial. A campanha pretende sensibilizar a população em geral, os parlamentares, os gestores públicos e as empresas.
“Todo mundo é tocado pela prematuridade de alguma forma, mesmo que não tenha entre os amigos ou a família um bebê prematuro, por isso a gente acredita que conseguiremos unir forças nesse novembro para mostrar que é importante, e que a gente pode e deve fazer coisas para mudar esse cenário aqui no país”, termina.
Programação 1r6g61
-12 e 13 de novembro: Virada Cultural Online da Prematuridade – (YouTube)
– 17 de novembro – Maratona de lives do Dia Mundial da Prematuridade – Instagram, , YouTube , Facebook e LinkedIn
– 18 e 19 de novembro: Evento online da Liga Interdisciplinar ONG Prematuridade.com – YouTube e Facebook
– 19 de novembro: Caminhada no Parque dos Coqueiros, em Florianópolis (SC), às 9h
– 20 de novembro: Caminhada no Parque da Redenção, em Porto Alegre (RS), às 10h, Encontro da Prematuridade no Eixão Sul em Brasília – concentração às 8h, caminhada às 9h
– 27 de novembro: Caminhada da Prematuridade de SP, 10h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista