A empresa de Laticínios Nata Real, alvo nesta quinta-feira (20) da “Operação Alcanos”, tem sofrido fortes críticas sobre a manteiga comercializada pela empresa. Consumidores questionam a qualidade e sabor do produto, dúvidas sobre os ingredientes presentes no derivado também são apontadas pelos clientes. As informações são do portal R7.

Em um site dedicado a reclamações de empresas brasileiras, clientes relatam que um sabor estranho no produto foi percebido há pelo menos 40 dias. “O produto não tem cheiro nem gosto característicos. Parece, ao paladar, que tem adição de alguma espécie de amido de milho ou algo parecido, que muda totalmente o sabor”, apontou um comprador.
Outra reclamação da empresa de laticínios no Reclame Aqui, desperta uma preocupação na questão da saúde dos consumidores. “Após uso da manteiga real da fazenda, estamos tendo vários problemas em relação à saúde, e meus familiares estamos muitas dores abdominais, suspeitamos da manteiga, pois é o único produto novo do nosso consumo antes desses problemas”, relata um consumidor.
Outro consumidor comparou a manteiga com margarina. “Comprei quatro potes de manteiga Real da Fazenda, deixei dormir fora da geladeira. No dia seguinte fui utilizar o produto e estava óleo puro, parecia mais uma margarina”, escreveu.
A reportagem do ND+ tentou contato com a empresa Nata Real, responsável pela fabricação da manteiga Real da Fazenda, mas até a publicação desta matéria às 11h45, não houve retorno. O espaço continua aberto para manifestações.
Entenda o caso: 68y5y
A ação denominada “Alcanos”, que reuniu Polícia Federal, Ministério Público Federal e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), cumpre dois mandados de prisão temporária contra os dois sócios da marca e sete de busca e apreensão em Pouso Alto e Itamonte, cidades de Minas, e em Taboão da Serra e Itapecerica da Serra, em São Paulo.
Segundo as investigações, os donos da empresa ameaçaram um fiscal do Mapa para fraudar o registro. Os envolvidos foram detidos e podem responder pelos crimes de corrupção, adulteração de substância ou produtos alimentícios, invólucro ou recipiente com falsa indicação e falsificação de selo ou sinal público, além de ameaça no curso do processo.
Caso condenados, eles podem cumprir até 24 anos de prisão e pagar uma multa. A investigação apurou ainda que a empresa comprou, nos primeiros seis meses de 2022, 9.625 caixas de gordura vegetal, um gasto de R$ 2.394.800.
Conforme o portal R7, a venda com o produto adulterado resultou em um ganho de mais de R$ 12 milhões, entre 2021 e julho de 2022. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens no valor dessa quantia milionária.