Ministério da Saúde pede que SC paralise vacinação de adolescentes; Estado vai avaliar i625d

Documento emitido na manhã desta quinta-feira (16) recomenda que a vacinação de pessoas entre 12 e 17 anos seja exclusiva para quem tem comorbidades

Uma nota emitida pelo Ministério da Saúde no fim da tarde desta quarta-feira (15) solicita que a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19 seja interrompida. O documento chegou às mãos dos Estados e provocou reações de surpresa nesta quinta-feira (16).

A Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) se manifestou informando que a orientação é que os municípios catarinenses mantenham seus cronogramas de vacinação até uma decisão, que será tomada após reunião para debater o documento no período da tarde desta quinta.

vacinação em adolescenteMinistério da Saúde pede paralisação de vacinação de adolescentes sem comorbidades – Foto: Marcos Porto/Prefeitura de Itajaí/Divulgação

A Nota Técnica emitida pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 faz uma análise dos riscos da doença conforme a faixa etária.

Assim, informa que inclui no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 “adolescentes com deficiência permanente, com comorbidade ou privados de liberdade”, bem como “gestantes, as puérperas e as lactantes, com ou sem comorbidade, independentemente da idade dos lactentes”.

A reportagem teve o a mensagem encaminhada pela SECOVID ao Estado, que esclarece que o pedido de suspensão seria por cautela após uma suspeita de óbito.

“Nos últimos dias recebemos muitas demandas de ‘rumores’ de efeitos adversos na vacinação de adolescentes sem comorbidades. No primeiro momento argumentamos que a orientação a este grupo seria a partir do dia 15/09, bem como seria o último grupo conforme o escalonamento na Nota Técnica; ato contínuo fomos investigar estes rumores e discutimos com nossa Coordenadora da CTAICOVID, Anvisa e SVS. Ocorre que, ontem recebemos uma notificação de provável óbito relacionado e somada às recomendações da OMS, bem como o recuo de vacinação a este grupo por alguns países, decidimos, neste momento, revogar a orientação aos adolescentes sem comorbidade. Ressaltamos que tal decisão não causará transtornos de logísticas de distribuição nas vacinas visto que tal grupo não fora ainda comtemplado pelo PNO. […] Assim, como todas as decisões, principalmente no que tange às orientações a população brasileira pelo MS, a prudência deve prevalecer.”

Em Santa Catarina, o superintendente do Ministério da Saúde, Rogério Ribeiro, informou que fará parte de uma reunião às 14h, para entender melhor a decisão.

Já o presidente do Cosems/SC (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina), disse que haverá uma reunião da CIB (Comissão de Intergestores Bipartite) às 16h, e o conselho só irá se manifestar sobre a decisão após a conversa.

Reações: entidades pedem posicionamento da Anvisa 1i2j31

Mas o documento emitido pelo Ministério da Saúde já repercute pelo país.

Uma nota assinada pelo presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), Carlos Lula, e pelo presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Wilames Freire Bezerra, foi enviada nesta quinta ao diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres.

Confira o que diz o comunicado, na íntegra:

“Diversas unidades federativas no Brasil já iniciaram a vacinação dos adolescente com a vacina da fabricante Pfizer, conforme autorização dada pela Anvisa.

No entanto, diante da Nota Informativa Nº 1/2021, que sugere postergar o início da vacinação de adolescentes sem comorbidades, e a investigação do CIEVS/SVS/MS de possível evento adverso grave relacionado à vacina da Pfizer em adolescente no Estado de São Paulo, o Conass e Conasems solicitam o imediato posicionamento da Anvisa sobre a autorização para uso da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos.

Entendemos que a vacinação dos adolescentes cumpre importante papel na estratégia de controle da pandemia no Brasil, que em cenário anunciado pelo Ministério da Saúde de ampla disponibilidade de doses no PNI, o Brasil deve, conforme autorização da Anvisa, avançar na antecipação da D2 para 8 semanas, concluir a vacinação da população adulta e avançar na vacinação dos adolescentes com e sem comorbidades”.

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