A valorização da prevenção em saúde a também pela valorização dos exames físicos e das conversas diretas entre profissionais da saúde e pacientes, avalia o médico oncologista Luiz Alberto da Silveira. A substituição deste primeiro contato pelos exames complementares resulta, muitas vezes, em consultas desnecessárias e falhas de diagnóstico.
Silveira compartilhou sua opinião durante o seminário “O Futuro da Saúde em Santa Catarina”, realizado pelo Jornal ND por meio do projeto Super 17 ND. O evento, quarto realizado nas comemorações dos 17 anos do veículo impresso do Grupo ND, discutiu a importância da medicina preventiva no Estado.

Silveira comparou o cenário atual com um princípio que carrega consigo desde a faculdade. “Olha e veja, palpe e sinta. Hoje o exame físico, a anamnese (contato entre médico e paciente), a avaliação olho no olho, foi trocada pelo exame complementar. [Hoje é] o exame complementar que dá o diagnóstico. Esse exame não dá mais a atenção que deveria ter sido dada de forma mais completa ao paciente”, pontua o médico.
A medicina preventiva é crucial para contornar diversos problemas enfrentados em Santa Catarina. “Há 17 mil novos diagnósticos de câncer de colo uterino, causado pelo vírus HPV. Há vacina, preventivos, mas ainda enfrentamos esse problema. A prevenção quaternária, significa o excesso de tratamento, o excesso de exames, nem sempre necessários”, ilustra Silveira.
Durante o , Silveira relembrou a sua experiência frente ao extinto INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social). “Na época levantei o número de exames de tórax feitos na unidade de Esteves Júnior, no Centro de Florianópolis. De 100 exames que eram feitos, 60 eram retirados e 40 sequer iam buscar resultado”.
Transformação da medicina curativa para a prevenção da saúde em SC 2u2e1z
A importância da prevenção em saúde é tema do realizado nesta terça-feira. A prática consiste em “reduzir os riscos de adquirir uma doença, diminuir a possibilidade de uma pessoa ou parcela da população a adoecer, fortalecer o corpo e a mente para blindar enfermidades”, destaca o presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Junior.
“Muito se fala nesse tema, mas pouco se faz”, ressalta. Dificuldades de financiamento de estrutura na assistência a saúde são empecilhos para o desenvolvimento do assunto, avalia. “A realidade nunca vai mudar se fizermos apenas a medicina curativa”. Confira todos os detalhes do na transmissão ao vivo do ND+.