“Pelo direito de parir e nascer com respeito”. Esta é a causa abraçada pela Marcha Nacional pelo Parto Humanizado, que destaca a necessidade de humanizar tanto a gestação da mulher quanto o nascimento do bebê.
O evento foi realizado em pelo menos 20 cidades do Brasil, e em Florianópolis reuniu grávidas, mães, pais, crianças, enfermeiras e parteiras no Parque de Coqueiros, na manhã de domingo (21).

Uma das organizadoras do evento, a médica obstetra Maristela Sens, 42 anos, explica a importância da Marcha: “Sempre temos que nos movimentar em prol dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, e esse encontro é muito voltado a um desses direitos, o de escolher o local, com quem e o jeito que a mulher quer parir.”
“As evidências científicas mostram que existem outros modelos de assistência obstétrica além do que é vigente no país, de partos hospitalares, que têm a mesma qualidade e segurança”, adiciona Sens.
Conforme destacado pela médica, o parto humanizado vai além do ato de dar à luz, seja por cesariana ou em ambiente domiciliar. É um modelo de cuidado que envolve, principalmente, o fornecimento de assistência qualificada, independentemente do local e do método escolhidos.
“O parto humanizado é um modelo de assistência com a intenção de acompanhar a mulher durante toda a gestação e reconhece a sua autonomia, a fisiologia do procedimento, o direito de ter um parto respeitoso e com as intervenções necessárias”, destaca Maristela.
O parto domiciliar é apenas uma das maneiras que podem ser adotadas pelas futuras mamães e envolve uma série de condições, mas hoje é um direito da mulher.
Com uma experiência de mais de oito anos em realizar partos em casa, a enfermeira obstetra Gabriela Valerim, 34 anos, explica como funciona esse processo.
“Ele é planejado, envolvendo uma equipe capacitada e preparada para cuidar da mulher. A gente começa o acompanhamento no pré-natal, indo até o trabalho de parto, e tem se mostrado tão seguro quanto parir no hospital”, diz.

“Há várias vantagens também, entre elas a de diminuir as intervenções durante o nascimento, além do aumento da satisfação das mulheres e das famílias. Por fim, esta opção aumenta a porcentagem de partos normais”.
Mais conexão 3f1z4j
Aos 32 anos, a empresária Diletta Ferroni compartilha o desejo de ter sua primeira filha, Gaia, em casa. “Esse assunto já é recorrente na minha família, através da minha mãe e irmã, que sempre buscaram uma forma mais humana de estar em contato com a feminilidade. A minha irmã, inclusive, teve a filha Sarah em casa, há quatro anos”, revela.
“O parto humanizado para mim é deixar a mulher livre para parir a sua criança instintivamente, e eu escolhi ser na minha casa porque é o ambiente mais aconchegante e já tenho a minha equipe de doulas e parteiras. Às vezes, sinto uma falta de conexão com os médicos, que as parteiras suprem trazendo mais humanização”.
Parto Humanizado k4pc
A organização Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, conhecida pela sigla Rehuna, foi criada em 1993 com o objetivo de disseminar pelo Brasil as práticas necessárias na assistência ao parto, diminuindo as intervenções excessivas e desnecessárias por parte dos profissionais da saúde.
“O parto humanizado é um modelo de assistência com a intenção de acompanhar a mulher durante toda a gestação e reconhece a sua autonomia, a fisiologia do procedimento, o direito de ter um parto respeitoso e com as intervenções necessárias”, Maristela Sens, organizadora da marcha.