Leptospirose: confira as causas, sintomas, prevenção e tratamento 454p19

Conheça as causas da leptospirose e saiba como se prevenir da doença 564x1h

Com as recentes enchentes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os casos de leptospirose aumentam potencialmente. Por isso é importante entender as causas e os sintomas da doença para garantir prevenção e tratamento adequado em casos de infecção.

Enchentes como a do Rio Grande do Sul podem aumentar os riscos de leptospiroseEnchentes como a do Rio Grande do Sul podem aumentar os riscos de leptospirose  – Foto: Prefeitura/Internet/ND

O que é leptospirose? 4p5l3s

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira. A doença é transmitida aos humanos por meio de feridas na pele — nem sempre aparentes — após o contato com água ou solo contaminado pela urina de animais infectados, especialmente roedores. A bactéria também tem facilidade para penetrar pelas mucosas da boca e dos olhos.

A doença foi descrita pela primeira vez por um médico em 1880 e detalhada pelo pesquisador Adolf Weil, em 1886, que identificou a forma severa da doença, conhecida como doença de Weil.

No início do século XX, a bactéria Leptospira foi isolada e identificada como o agente causador da doença. No Brasil, o primeiro caso foi registrado em 1917, porém há indícios que a doença já havia se instalado no país anos antes, mas o diagnóstico era impreciso.

Causas da leptospirose 6a1j4u

Os principais transmissores da doença são os roedores Os principais transmissores da doença são os roedores – Foto: Freepik/ND

A leptospirose pode infectar tanto humanos quanto animais. A doença é transmitida principalmente por meio do contato direto ou indireto com a urina de animais infectados, especialmente roedores. Casos de contaminação entre seres humanos é raríssimo, de acordo com médicos.

E não são apenas as enchentes os cenários de risco para contaminação da leptospirose. Viver ou trabalhar em áreas com saneamento básico precário e a exposição frequente a ambientes úmidos ou contaminados também podem te expor à doença.

Porém, as causas da leptospirose mais comuns são as enchentes e inundações, pois a água contaminada pela urina de animais infectados se espalha amplamente, aumentando a exposição da população à bactéria.

Durante esses eventos, as pessoas podem ser forçadas a entrar em contato com águas contaminadas ao evacuar áreas alagadas, realizar limpezas, ou simplesmente ao se locomover. Essa disseminação facilita a transmissão da doença, resultando frequentemente em surtos após períodos de chuvas intensas.

Sintomas da leptospirose n2v2t

A leptospirose causa sintomas parecidos com a gripe, como febre e dor no corpoA leptospirose causa sintomas parecidos com a gripe, como febre e dor no corpo – Foto: Freepik/Internet/ND

Os sintomas da leptospirose mais comuns são febre, dores musculares (principalmente na panturrilha), dor de cabeça, fraqueza, calafrios, vômito e diarreia. No estágio inicial, pode ser facilmente confundida com uma gripe, por isso é importante ficar atento se você teve contato com água contaminada.

Nas formas mais graves geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Os infectados também podem apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória. Nesses casos mais graves é preciso procurar imediatamente o atendimento de saúde, pois a doença pode levar à morte.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, no período de 1º de janeiro de 2024 até 17 de abril, foram registrados 129 casos da doença e seis mortes. Em 2023, foram 477 casos e 25 mortes por leptospirose.

Diagnóstico da leptospirose 122u6n

O diagnóstico da leptospirose pode ser confirmado por meio de vários exames laboratoriais. Os mais comuns incluem testes sorológicos e exames de sangue.

Mas, antes mesmo dos exames, é importante a avaliação clínica. Os médicos avaliam os sintomas e o histórico do paciente, incluindo a exposição a fatores de risco.

Tratamento da leptospirose 47zi

Existe tratamento da leptospirose, por isso é fundamental o diagnóstico precoce. Como não há vacina para humanos, apenas para animais, é recomendado procurar um pronto-socorro nos quatro ou cinco primeiros dias, no máximo, caso houver algum sintoma.

Na maioria dos casos, o tratamento inclui o uso de antibióticos, como penicilina. Em casos leves e moderados, os pacientes se recuperam completamente entre 3 e 7 dias após o início das medicações.

A doença pode ser tratada, principalmente com medicamentos – Foto: Freepik/Reprodução/NDA doença pode ser tratada, principalmente com medicamentos – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Em casos graves da doença, outras formas de tratamento podem ser necessárias, como hidratação intravenosa, hemodiálise em casos de insuficiência renal e transfusão de sangue ou plaquetas para tratar hemorragias severas.

A taxa de mortalidade em quadros graves da doença, de acordo com dados do Governo Federal, chega a 40%.

Por isso o tratamento adequado e precoce com antibióticos, aliado a cuidados de e intensivos, é fundamental para uma recuperação bem-sucedida da leptospirose, visando minimizar as complicações e a mortalidade causadas pela doença.

Prevenção da leptospirose 5mg3e

Em cenários de enchentes e grande exposição à água contaminada, é necessário usar equipamentos de proteção, como botas e luvas, além de lavar bem as mãos e os alimentos para garantir a prevenção da leptospirose.

Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária, na proporção de um copo do produto para um balde de 20 litros de água. A luz do sol também ajuda a matar a bactéria.

Caso haja exposição, o Ministério da Saúde recomenda que os órgãos governamentais informem a população do risco da doença, divulguem os sintomas que devem levar à procura de assistência médica.

Além disso, alertem os profissionais de saúde para reconhecer os sinais e os sintomas e notifiquem todo caso suspeito para iniciar o tratamento com antibiótico imediatamente.

Em casos de epidemia da doença, como o que acontece agora no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde recomenda, ainda, o início imediato do tratamento, antes mesmo do resultado positivo via exame laboratorial.

Outras medidas também ajudam a evitar a presença de roedores: 401q2u

  • Manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados e a cozinha limpa, sem restos de alimentos;
  • Retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer;
  • Manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos e lixo nos quintais.

Leptospirose e enchentes no Rio Grande do Sul 1t3i3l

Rio Grande do Sul a por outra epidemia de leptospiroseRio Grande do Sul a por outra epidemia de leptospirose- Foto: Felipe Stefani/Stefani Agência de Notícias

Não é a primeira vez que o Rio Grande do Sul vive uma epidemia de leptospirose após enchentes. Em 2015, por exemplo, o estado enfrentou um surto da doença com dezenas de casos confirmados e algumas mortes.

Após as enchentes de maio de 2024, já foram registradas duas mortes pela doença: um homem de 33 anos, de Venâncio Aires, e um homem de 67 anos, morador do município de Travesseiro. As cheias que destruíram boa parte do Estado já deixaram mais de 160 mortes e aproximadamente 500 mil pessoas seguem desabrigadas.

Perguntas frequentes sobre leptospirose 6e96f

Como saber se estou infectado? 405b9

Você precisa, num primeiro momento, verificar a exposição à doença. Se o contato acontecer, é importante ficar atento aos sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores musculares, vômitos e icterícia. Nesses casos, procure um médico para realizar exames laboratoriais e iniciar o tratamento imediatamente.

Leptospirose tem cura? 3n6n5g

Sim, a leptospirose tem cura. O tratamento envolve o uso de antibióticos como penicilina. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, a maioria das pessoas se recupera completamente.

Qual é a taxa de mortalidade? 1c4e2f

Embora na maioria das vezes a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar até mesmo a falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade de 10%.

Como evitar a leptospirose em áreas de risco? 6g2p64

Para evitar a leptospirose em áreas de risco, evite contato com água ou solo potencialmente contaminados, use equipamentos de proteção como botas e luvas, mantenha o ambiente limpo e livre de lixo para controlar roedores, e sempre lave bem as mãos e alimentos. Em situações de enchentes, redobre os cuidados e evite entrar em águas contaminadas.

A disseminação de informações corretas sobre a doença é fundamental para auxiliar a população a procurar ajuda médica o quanto antes na busca por um diagnóstico precoce e um tratamento adequado e eficaz contra a doença.

Participe do grupo e receba as principais notícias
na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.
+ Recomendados
+

Saúde 23n65

Saúde

Reforma e incentivo à pesquisa: o que Jorginho Mello anunciou e inaugurou na saúde de ville 295q5p

Maternidade recebeu reforma da sala de emergência da unidade e hospital terá investimento para pesqu ...

Saúde

‘A situação é séria’: infestação de escorpiões-amarelos em cidade de SC já soma 92 registros 5f5l12

Aumento expressivo do aparecimento da espécie traz alerta para Braço do Norte

Saúde

‘Higiene inadequada’: fábrica de pizzas clandestina é interditada em SC 2x1135

Segundo a Vigilância Sanitária, estabelecimento de Camboriú funcionava em condições inadequadas de h ...

Saúde

Chapecó poderá ter primeiro hospital universitário? Entenda a proposta 6x2j4k

A unidade poderá representar um marco no atendimento à saúde pública regional, além de contribuir pa ...

Saúde

Governo de SC alerta para casos de dengue no outono; mais de 45 mil focos foram registrados 261f2v

Mesmo com temperaturas mais baixas, estado enfrenta crescimento das doenças transmitidas pelo Aedes ...