
Um adolescente morreu na madrugada do último domingo (1) após complicações decorrentes de uma possível apendicite em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina.
Familiares do jovem suspeitam de negligência médica e cobram esclarecimentos sobre o tempo de espera para a transferência do paciente para uma unidade com e adequado.
Segundo a Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú, em conversa com a família, o jovem havia sofrido uma queda na escola na sexta-feira (30). No sábado (31), ele começou a se queixar de fortes dores abdominais.
A família buscou atendimento médico, o adolescente recebeu medicação e foi liberado. Porém, com a persistência da dor e o surgimento de vômitos, os responsáveis o levaram ao Hospital Municipal Ruth Cardoso.
Família suspeita de negligência médica mn54
De acordo com a prefeitura, o adolescente chegou ao hospital por volta das 10h da manhã e foi atendido em menos de cinco minutos. Foram realizados exames iniciais que levaram cerca de 2 a 3 horas para serem concluídos. Após a análise, a médica solicitou exames complementares, pois havia suspeita de apendicite.

Como o hospital Ruth Cardoso não possui Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, foi solicitado ao SAMU a transferência do paciente para um hospital com vaga disponível.
A primeira tentativa aconteceu por volta das 18h. Após 1h30 sem resposta, uma nova ligação foi feita. O SAMU informou que não conseguiria realizar a transferência, mas autorizou que o município fizesse o transporte com ambulância própria até o Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí.
O adolescente chegou à unidade por volta da meia-noite. A solicitação de internação foi feita por volta da 1h da manhã, mas o jovem faleceu às 5h.
Os familiares suspeitam que atrasos e falhas no atendimento contribuíram para o desfecho trágico e pedem uma investigação rigorosa sobre possíveis negligências médicas.
O que diz o Hospital Ruth Cardoso? 6y6l1g
Por meio de nota, a equipe do Hospital Ruth Cardoso disse que a criança ou por todos os exames necessários para o quadro apresentado e reforçou que não é referência para cirurgias pediátricas.
O Hospital também afirmou que fez contato repetidas vezes para transferência do paciente.
Leia na íntegra 5y5f45
O Hospital Municipal Ruth Cardoso (HMRC) vem prestar esclarecimentos sobre o atendimento de um paciente pediátrico ocorrido no dia 1º de junho de 2025, cuja evolução clínica, infelizmente, resultou em óbito após sua transferência ao hospital de referência.
Diante do noticiado em alguns veículos de imprensa, é fundamental apresentar, com absoluta transparência, os fatos e os procedimentos adotados, pautados integralmente nos protocolos assistenciais e nas normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esclarecemos que a criança ou por todos os exames necessários para o quadro que apresentou. Uma vez identificada a necessidade de cirurgia, o HMRC buscou transferência para a unidade de referência em pediatria na região – um procedimento padrão. Os contatos foram feitos repetidas vezes.
A transferência de unidade hospitalar ocorreu em ambulância branca, diante da gravidade do caso e de resposta negativa do setor de regulação do Samu.
O Hospital Municipal Ruth Cardoso reitera que não é referência para cirurgias pediátricas e que já oficiou a Regional de Saúde acerca de dificuldades na abertura de vagas para crianças em unidades pediátricas. O ofício foi protocolado no dia 26 de maio.
A equipe do HMRC lamenta o desfecho do atendimento, e se solidariza com a família do jovem paciente.
O que diz o Hospital Pequeno Anjo? 3v304s
Também por nota, o Hospital Infantil Pequeno anjo informou que o paciente foi imediatamente atendido quando chegou e triado com a classificação vermelha e reforçou que não houve atraso no atendimento prestado pela unidade.
O Hospital Infantil alega que o paciente ficou mais de 12h aguardando transferência, já com o diagnóstico em mãos. A nota diz, ainda, que o procedimento poderia ter sido realizado no hospital de origem e que não teria a necessidade de realocação.
Leia na íntegra 5y5f45
A Direção do Hospital Infantil Pequeno Anjo informa que não procede a notícia veiculada na mídia local, que acusa esta instituição de demora no aceite de transferência de paciente oriundo do Hospital Municipal Ruth Cardoso.
O paciente deu entrada no Pronto Atendimento do HIPA às 1h57 do dia 02 de junho, transportado em ambulância incompatível com a gravidade de seu quadro clínico. Ao chegar, foi imediatamente triado com classificação vermelha, indicando situação de extrema gravidade. Não houve qualquer tempo de espera ou atraso no atendimento prestado por nossa equipe.
Ressaltamos que o paciente permaneceu por mais de 12 horas no hospital de origem, já com diagnóstico definido, sem ter sido submetido ao tratamento adequado, embora a unidade contasse com especialista e estrutura compatível para realização do procedimento necessário.
O Hospital Infantil Pequeno Anjo, ao receber o paciente, adotou todas as medidas médicas cabíveis para o atendimento, com prioridade e empenho profissional. Contudo, diante da gravidade do caso e da condição clínica crítica, infelizmente o desfecho foi desfavorável.
A Direção do HIPA se solidariza com os familiares e amigos do paciente, e informa que tomará as medidas legais cabíveis diante da veiculação de informações inverídicas que atingem a honra e a reputação da instituição e de seus profissionais.
Permanecemos à disposição para esclarecimentos adicionais.