Florianópolis enfrenta falta de hormônios para pessoas transsexuais nesta terça-feira (30). A informação foi confirmada pela prefeitura da capital, que afirma estar empenhada em usar todos os esforços para restabelecer o fornecimento.
Pessoas trans estão sem medicamentos em Florianópolis – Foto: Reprodução/Unsplash/NDO problema vem sendo registrado desde pelo menos dezembro de 2023, causando preocupação entre as pessoas trans da capital que dependem desses medicamentos.
Oliê Cárdenas, de 31 anos, mulher trans, expressa que a terapia deveria ser um direito básico assegurado. Ela complementa:
“Nem toda pessoa trans deseja ar por terapia hormonal, mas para mim, que me submeto a ela, o impacto na minha autoestima, saúde mental e na forma como sou tratada por pessoas cis é significativo. Perder o o à terapia hormonal nos expõe a um maior risco de discriminação, violência e afeta diretamente nossa saúde mental. Estou desesperada ao pensar em como conseguir dinheiro para pagar meus hormônios em uma farmácia particular, e consigo imaginar o nível de estresse dos transmasculinos (que utilizam uma medicação mais cara e difícil de encontrar nas farmácias)”, diz.
Conselho LGBT entra na discussão 3p4x73
Ainda sobre a temática o Conselho Municipal dos Direitos LGBTI+ Florianópolis entrou na discussão. Em uma publicação no Instagram o espaço relatou a falta dos medicamentos com uma ordem cronológica com todos os pedidos de informação feitos pelo conselho destinados à Secretaria de Saúde.
Ao que chamou de “apagão de hormônios” o Conselho diz que está acompanhando a situação. Confira a publicação:
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O que diz a prefeitura? 4mc67
Por outro lado, a prefeitura de Florianópolis garante estar fazendo o possível para restabelecer o fornecimento dos medicamentos. Os hormônios eram fornecidos por meio de uma parceria externa, que foi interrompida no final de dezembro de 2023. Confira a nota completa:
A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, esclarece que há, no momento, desabastecimento dos tratamentos hormonais disponibilizados no Ambulatório Trans do município porque o fornecimento ocorria por meio de parceria institucional externa, que foi interrompida no final de 2023 por parte da parceira.
Desde então, a Secretaria Municipal de Saúde empenha todos os esforços necessários pra prosseguir com a oferta dos hormônios e, para que isso ocorra, é imprescindível seguir o rito técnico para que os itens sejam incorporados definitivamente na lista de de medicamentos fornecidos pelo município e, assim, não haja desassistência aos usuários.
Florianópolis é município pioneiro na oferta dos medicamentos, uma vez que os hormônios não estão na lista do Ministério da Saúde e, por tanto, não são fornecidos nacionalmente.
A Secretaria Municipal de Saúde reconhece que é responsabilidade do município garantir que a população trans receba atendimento com equidade e respeitando suas especificidades. Para isso, é necessário adotar cuidados que visam mitigar eventuais problemas advindos de medicamentos, especialmente os de uso off-label.
A submissão dos fármacos via Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) visa não apenas a obtenção de um parecer favorável, mas também a garantia de segurança terapêutica no uso dos fármacos. Isso porque, o processo acarreta no estabelecimento de protocolo baseado em evidências clínicas para o uso seguro, além de orientações de cuidados para pacientes e prescritores.
O que significa “uma pessoa trans”? 194bi
Pessoas trans são aquelas cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo que lhes foi atribuído no nascimento. Em outras palavras, são pessoas que se identificam como pertencentes a um gênero diferente daquele que lhes foi designado com base em características biológicas, como genitais e cromossomos.
Por exemplo, uma pessoa designada como do sexo masculino ao nascer, mas que se identifica e vive como mulher, é considerada uma mulher trans.
Da mesma forma, alguém designado como do sexo feminino ao nascer, mas que se identifica e vive como homem, é considerado um homem trans.
É importante respeitar a identidade de gênero das pessoas trans e usar os pronomes e termos que elas preferirem, promovendo assim um ambiente inclusivo e respeitoso.
Falta de hormônios e o seu impacto 5o242x
A terapia hormonal é uma forma de ajudar pessoas trans a se sentirem mais confortáveis com seu corpo. Ela consiste em usar hormônios para ajudar no desenvolvimento de características físicas do gênero desejado e amenizar características do sexo biológico. Isso pode trazer benefícios físicos, mentais e emocionais, especialmente durante a adolescência.
No nosso corpo, existem diferentes hormônios produzidos por glândulas. Os hormônios sexuais, como a testosterona e o estrogênio, têm um papel importante.
A testosterona é produzida nos testículos e tem efeitos masculinizantes, enquanto o estrogênio é produzido nos ovários e tem efeitos de feminização.
Durante a puberdade, esses hormônios são responsáveis pelo desenvolvimento de características secundárias. Por exemplo, em pessoas com sistema reprodutor ovariano, isso inclui o crescimento de seios e pelos pubianos e nas axilas.
Já em pessoas com sistema reprodutor testicular, as características envolvem o crescimento de pelos faciais e corporais, voz mais profunda, entre outros.
A terapia hormonal é acompanhada por especialistas chamados endocrinologistas, que cuidam do sistema endócrino responsável pelos hormônios. É uma forma importante de ajudar pessoas trans a se sentirem mais confortáveis e alinhadas com seu gênero.
