De “chip para depressão” ao futuro do SUS: médicos debatem inovações na saúde de Florianópolis 1v5t21

No quarto episódio da série de podcasts, o Super 17 recebeu os Doutores Wuilker Knoner e Ademar José de Oliveira Paes Jr, para falar sobre a área da Saúde em Santa Catarina 5r1j5r

O quarto episódio do podcast Super 17 recebeu os médicos Wuilker Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, e Ademar José de Oliveira Paes Jr, presidente da ACM (Associação Catarinense de Medicina), para tratar de inovações no setor da saúde em Florianópolis.

Desde inovações como a implantação de “chips” no cérebro para tratamentos de doenças como Parkinson e até depressão, o podcast abordou as principais tendências que unem tecnologia e saúde no município.

Doutores Wuilker Knoner e Ademar José de Oliveira Paes Jr no podcast Super17 – Foto: André Pereira / Grupo NDDoutores Wuilker Knoner e Ademar José de Oliveira Paes Jr no podcast Super17 – Foto: André Pereira / Grupo ND

Os principais pontos da conversa foram sobre a medicina Catarinense e o auxílio que as novas tecnologias podem dar para a medicina.

“Chip no cérebro”: como foi a primeira neurocirurgia para depressão no Brasil 2i1d4r

O Dr. Wuilker Campos realizou, no dia 11 de agosto deste ano, no Hospital S.O.S Cardio, a primeira neurocirurgia para depressão no Brasil. O procedimento, como ele mesmo explica, consiste na implantação de um aparelho de estimulação do nervo vago, como se fosse um chip no cérebro.

“Isso também é derivado dos avanços tecnológicos na verdade, isso é resumidamente um implante de um chip que vai regular alguma coisa que está ali disfuncional ou desregulada. É como se o sistema nervoso fosse um software, ele tem a parte de software e de hardware. O hardware é o cérebro, o tronco cerebral, os nervos e o software são os programas, são as conexões que tem ali”, diz.

O médico esclarece que os impulsos elétricos gerados pelo aparelho são menos ‘agressivos’ que a eletroconvulsoterapia, por exemplo.

“Em muitas doenças neurológicas o problema nem sempre é anatômico, ou seja um tumor, aneurisma ou uma lesão, às vezes é uma disfunção e essa disfunção pode ser em termos de sinapse ou de algumas conexões. Como alguns neurônios que morrem, ou estão programados, ou algumas conexões que se perdem no longo do tempo por doenças ou por desusos ou ainda ao acaso. Então vamos dizer que o sistema nervoso, ele funciona assim como as placas no computador, é através de impulsos elétricos, capacitores e resistores. E dessas conexões elétricas que nasceu a oportunidade de a gente interagir e intervir eletricamente”, completa.

O tratamento que já foi usado em pacientes com crises epilépticas, consiste em estimular o cérebro de uma forma mais direta. O implante ativa o nervo vago, que envia sinais elétricos ao órgão, afetando os neurotransmissores e as áreas cerebrais associadas ao humor.

“Tecnologia é muito mais um meio do que um fim” 1v3sr

O presidente da ACM, Ademar Jr., destaca que a tecnologia é uma forma eficaz de garantir melhores resultados nas demandas da saúde.

“A tecnologia nos acompanha, porque você precisa ter demanda de serviços em saúde para você consumir a tecnologia, porque a tecnologia é muito mais um meio do que um fim. Então o fim é o atendimento do paciente, o objetivo principal é sempre o paciente. E a tecnologia vem como um meio para a gente obter um melhor o e um melhor desfecho, uma uma melhor dinâmica para que a gente consiga fazer tanto na parte existencial quanto na parte de gestão para trazer melhores resultados.”

Wuilker Campos também comentou sobre o cenário da medicina catarinense

“A gente se desenvolveu tanto em técnicas que o pessoal de fora já enxerga Floripa como um polo de saúde. Já tem combinações assim, por exemplo já tem a hotelaria que já está preparada para receber esses pacientes, já tem até pacotes montados por clínicas privadas, que montam essa associação de estar numa ilha, num local que é belo, que ele pode fazer essa parte do turismo e se tratar também. Então a gente realmente está privilegiado em termos de desenvolvimento tanto pessoal técnico médico, quanto e tecnologia e a associação desses dois temas é que impulsiona e a medicina Catarinense.”

O SUS e a saúde pública de Florianópolis 6l2z2j

O Doutor ademar ainda comentou sobre esses recursos de tecnologia entrando no SUS (Sistema Único de Saúde).

“Na prática esses novos procedimentos, essas novas tecnologias, elas geralmente são incorporadas no SUS, porque existem médicos abnegados que se esforçam de uma maneira absurda para conseguir obter a justificativa. Porque tem uma burocracia enorme envolvida nisso, muitas vezes tem toda uma questão documental, e isso depende muito da forma como os médicos que atendem naquela região batalham para os pacientes no ambulatório deles. Por exemplo, é o dia a dia do neurocirurgião batalhar por melhores materiais, por melhores procedimentos cirúrgicos e a gente que no Brasil ainda é muito dependente do esforço que o profissional tem de levar o convencimento, de conversar com a classe política, e até de buscar os recursos. Muitas vezes no Brasil o financiamento de saúde é extremamente complexo”.

Projeto Super 17

A série Super 17 continuará a explorar os temas cruciais para o desenvolvimento e aprimoramento de Florianópolis em seminários e podcasts nas próximas semanas.

+

Núcleo de Dados e Investigação qi1m