“Recebi o diagnóstico de câncer de mama no dia 18 de fevereiro de 2021”, conta Lenir Gaik. Ela é moradora de Chapecó e teve a descoberta logo após a gravidez. Foi o nascimento da filha que fez com que ela ligasse o sinal de alerta. Mas graças ao apoio da família e dos colegas, ela não se permitiu desistir e quase dois anos depois pode afirmar com alegria que venceu o câncer.

Isabela, filha de Lenir, nasceu prematura, com sete meses. “Minha bolsa estourou em casa e somente fui ao hospital algumas horas depois. O problema é que mesmo após a gravidez eu continuava com um esgotamento físico acentuado. Eu sentia que tinha algo diferente em mim”.
Nesse período, alguns sintomas da doença começaram a surgir. “Eu perdia bastante cabelo e minhas unhas estavam quebradiças. Pensava ‘devo estar com a imunidade baixa’, mas nunca me ou pela cabeça que teria câncer. Até que um dia, enquanto estava no banho, notei um caroço muito visível em meu seio direito. Nunca havia feito o autoexame, mas aquilo estava evidente. Saí do banho e, logo em seguida, entrei em contato com o médico”.
Importância do autoexame 5a706v
Kamila Cerbaro Cezario, coordenadora do curso de Biomedicina da UCEFF, destaca a importância de se fazer o autoexame de mama rotineiramente. “Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) o câncer de mama ainda é um dos cânceres mais comuns, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma, e é o câncer que mais mata mulheres”.
A biomédica explica que assim como todos os outros tipos de câncer, é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama que formam um tumor com potencial de invadir outros órgãos. “Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente e outros de forma mais lenta, com diagnóstico mais difícil. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e iniciado o tratamento rapidamente”.
Conforme Kamila, é crucial que a mulher redobre a atenção caso possua histórico de câncer de mama na família. “Caso sinta algum desconforto ou algum caroço, procure o médico de confiança para melhor avaliação. Não deixe de se cuidar”, aconselha.
O diagnóstico 3sl2x
Lenir conta que a partir do momento em que recebeu o diagnóstico iniciou a maior luta da vida dela. “Comecei imediatamente os exames e descobri que o câncer que tinha era de um tipo muito agressivo, que cresce rápido e se alastra com facilidade. No dia 21 de março eu comecei a fazer a quimioterapia”.
O tratamento 3i2b8
Após o diagnóstico, Lenir iniciou o tratamento que consistiu em seis sessões de quimioterapia, além de uma cirurgia para retirada das mamas. Ela frisa que a parte mais difícil foi lidar com os efeitos colaterais. “Respondi 100% ao tratamento. Sei que foi tão eficaz, pois quase morri no processo. Perdi todo o meu cabelo e as unhas. Saíram feridas do tipo de queimaduras pelo meu corpo. Hoje só consigo estar aqui por meio de remédios. Foi um pesadelo”.
Segundo a coordenadora do curso de Enfermagem da UCEFF, Tifany Colome Leal, os enfermeiros atuam em três vertentes no tratamento de pacientes de oncologia. “Os profissionais vão atuar principalmente na prevenção, mas também no tratamento e reabilitação dos pacientes. É muito relevante a presença do profissional de Enfermagem justamente por essa busca de diagnóstico mais precoce”.
Tifany salienta que os enfermeiros trabalham nos centros de saúde com campanhas educativas e de orientação no viés da prevenção. “Hábitos saudáveis, como alimentação, atividade física, não praticar o tabagismo, entre outros, podem diminuir o risco de a mulher ter um câncer. Portanto, o enfermeiro auxilia na prevenção, mas quando detectado, ele orientará o início do tratamento e auxiliará na istração dos medicamentos, consultas, orientações e tudo o que o manejo do tratamento do câncer implica”.
Ela aponta que os profissionais vão dar atenção aqueles que venceram a doença. “O processo de reabilitação é muito importante, pois quando essa mulher já ou pelo câncer e vai seguir a vida, é importante que continuemos no acompanhamento para garantir que ela tenha saúde”.
Cuidado com a mente 6v275q
No caso de Lenir, o diagnóstico precoce aliado ao tratamento imediato foram cruciais para enfrentar e vencer o câncer. Mas isso não diminuiu as dificuldades que um tratamento incisivo implica. Com lágrimas nos olhos, Lenir contou que a quimioterapia foi um teste de sobrevivência. “O período das seis quimioterapias foi o mais cruel da minha vida. Não conseguia comer, ou fazer coisa alguma. Foram sete meses muito cruéis, mas acabaram. Então, no dia 23 de agosto, retirei as duas mamas para não ter perigo de no futuro retornar”.
Nesse momento, é crucial ter ao lado profissionais que possam auxiliar a enfrentar a doença. A coordenadora da Clínica Escola de Psicologia da UCEFF, Valéria Viera de Figueiredo, o papel do psicólogo diante do processo de diagnóstico do câncer é fundamental. “Temos uma especialização que é a psico-oncologia, na qual vamos tratar e cuidar desses indivíduos que são diagnosticados desde o princípio, quando ainda existe a dúvida do diagnóstico”.
Ela frisa que a partir do momento que o paciente recebe o diagnóstico ele fica desorganizado emocionalmente. “O câncer é visto como sinônimo de uma morte breve e o psicólogo precisa estar próximo para auxiliar nesse processo de aceitação, de fortalecimento para enfrentar a doença, bem como, auxiliar a elaboração do luto do corpo saudável e compreender que é um período que vai ar, que terá um fim”.
A cura 242v62
Lenir relata que ainda há mais 12 sessões de imunoterapia para serem realizadas. “Vou terminar esse tratamento na metade do ano que vem. Mas graças a Deus as biópsias feitas após as quimioterapias todas apontaram negativo para câncer e estou livre disso. Eu estou me sentindo muito bem”.
“Quando eu descobri o câncer, minha filha tinha sete meses. Minha família não é daqui, mas minha mãe veio para Chapecó me ajudar, cuidar de mim e sofrer juntamente comigo. Fiquei muito tempo afastada de minha filha, mas aprendi muito com ela. Mesmo que minha filha não entendesse, ela cuidava de mim do jeito que ela podia. Eu fui forte por eles, pois eles foram fortes por mim. Eu venci o câncer”.