Um grupo de pesquisadores da Universidade de Otago, localizada na Nova Zelândia, e do Reino Unido desenvolveram o primeiro equipamento intraoral de perda de peso do mundo. O objeto em questão restringe a dieta das pessoas, reduzindo-as apenas a líquidos, pois impede a ingestão de alimentos sólidos. O objetivo dos cientistas era ajudar no combate epidêmico de obesidade global.

Os pesquisadores comentam que a intenção do dispositivo não é para as pessoas perderem peso em um curto ou longo prazo, mas sim para ajudar àquelas que precisam ar por uma cirurgia bariátrica e precisam de ajuda para perder o peso necessário até a data da mesma.
Após duas ou três semanas, de acordo com os cientistas, essas pessoas podem remover o equipamento e voltar para uma dieta mais restrita conforme seu tratamento. Isso permitiria uma abordagem em fases para a perda de peso, apoiada em um conselho nutricional de profissionais da área.
Entretanto, o próprio estudo relatou um esperado reganho de peso ao final das duas semanas de intervenção. Para isso, os pesquisadores sugerem que a solução para este fato seja a reaplicação do dispositivo quantas vezes forem necessárias.
Controvérsias do procedimento 3s3320
Esse método trouxe à tona diversos discursos de repúdio contra a prática considerada por muitos como “gordofóbica”, e não em nome da “ciência e saúde”. O argumento baseia-se na ideia de que 4 em cada 5 pessoas que perdem peso voltam ao peso inicial, sendo então um procedimento “comprovadamente” falho.
O risco do chamado “efeito sanfona” nesses casos não limita-se à falta de ética do uso contínuo do aparelho, mas sim, à perda e retorno do peso de forma cíclica, associado ao maior risco de problemas cardíacos e de mortalidade.
Ainda no artigo divulgado pelos pesquisadores, somente mulheres consideradas “gordas” participaram do estudo. Durante o uso do dispositivo, as pacientes relataram dificuldade na hora de falar, além de terem se sentido tensas e envergonhadas pelo seu modo de vida, evitando os familiares durante todo o processo.
Por fim, os grupos contrários ao procedimento afirmaram que o dispositivo não é útil, pois perder peso em excesso através de práticas “desumanas ” não é a solução esperada para combater o assunto. Eles afirmam que a inclusão começa com a aceitação de todos os corpos na sociedade.