O quinto episódio do podcast Super 17, projeto especial em comemoração aos 17 anos do jornal ND que traz conteúdos multiplataforma sobre pontos importantes do desenvolvimento de Florianópolis, recebeu o o gerente do laboratório de medição e análise do IMA (Instituto do Meio Ambiente), Marlon Daniel da Silva, e o engenheiro sanitarista Vinícius Ragghianti, para debater sobre a balneabilidade em Florianópolis.
O tema tem sido um grande fator de preocupação na Capital – e em outros pontos importantes do Litoral catarinense – nos últimos anos. Em janeiro de 2023, por exemplo, mais da metade dos 237 pontos avaliados pelo IMA estavam impróprios para banho, em plena temporada.

Entre os primeiros tópicos da conversa, foi explicado o o a o do procedimento de colher as amostras das águas e como é avaliada a impropriedade.
O critério utilizado pelo IMA é o índice de Escherichia Coli na água, que obedece um limite de concentração da bactéria até 800 (NMP/100mL).
“As amostras chegam ao laboratório devidamente condicionadas e você faz um trabalho de diluição, para tornar evidente a presença da bactéria Escherichia Coli, que é um dos componentes do grupo de coliformes fecais. Conforme você tem essa resposta positiva na análise, você pode ter ou não a impropriedade do ponto de acordo com as cinco últimas coletas”.
Os perigos e responsabilidades do esgoto na água 5m5f2x
“Aqui no nosso caso, como a gente está na Ilha, fatalmente o esgoto vai chegar na praia, então a gente não tem como ter uma cidade numa região costeira e não ter coliforme fecal na água. O que a gente tem que ter é um controle para que esse nível de coliforme que chegue em balneário seja num nível que mantenha a segurança das pessoas que vão ter contato com essa água”, comenta o engenheiro sanitarista Vinícius Ragghianti.
Ele destaca a importância do trabalho que o IMA realiza nesse sentido, que estabelece um limite que pode servir de balizador para moradores e turistas.
“Percebam que o nível não é zero, o nível é 800, é um nível seguro para que se tenha esse contato com a água, porque zero coliforme não vai existir. Tanto é que quando você tem um sistema fechado, uma piscina por exemplo, você clora para manter essa salubridade da água. Você não consegue fazer isso no mar”, aponta o profissional.
Para Ragghianti, além das obrigações do município e dos prestadores de serviço para garantir um tratamento adequado de coleta e esgoto nos bairros, é muito importante que os moradores também façam a sua parte, visto que ainda é alto o número de residências com ligações clandestinas ou com sistema individual de esgoto.
“Eu vejo que é uma situação individual que reflete no coletivo. Nós temos que pensar como cidadãos que se nós fizermos bem feito, nós faremos pra nós e para o coletivo.Quem gera esgoto são as casas, se eu não tiver certeza absoluta de que eu estou com a minha negação regular, eu já estou cometendo no mínimo um erro de cidadania”, complementa.
Riscos na saúde 5n6i6j
Com praias impróprias e uma cidade “lotada”, aumentam os riscos de doenças causadas pela água contaminada no verão. Além do aumento no consumo de um esgoto despreparado, a proliferação de vírus é facilitada, como é observado em consecutivos anos nas UPAs da Capital, com picos de casos de doenças como diarréias e gastroenterite.
“Quando você tá no contato de recreação primária, você tá com água nos lábios sem querer, você tá com água nas mãos e depois você toca o lábio, você põe essa essa pouca quantidade de água para dentro do teu organismo. Então a possibilidade é muito grande das pessoas que tiveram virose, serem as mesmas que frequentaram a praia e foi ali que elas ostentaram essa doença”, explica Marlon da Silva
Projeto Super 17
A série Super 17 continuará a explorar os temas cruciais para o desenvolvimento e aprimoramento de Florianópolis em seminários e podcasts nas próximas semanas.