Açafrão e cúrcuma protegem o cérebro contra doenças degenerativas, apontam estudos 281z2n

Temperos podem ser utilizados em receitas do dia a dia e ajudam a prevenir ansiedade, depressão, Parkinson e outras doenças

Ervas como açafrão e cúrcuma são tradicionalmente usadas como especiarias na culinária. Mas, além de atribuir sabor aos pratos, elas também possuem funções protetoras contra doenças, como esclerose múltipla, Alzheimer, Parkinson, depressão e ansiedade.

Açafrão e cúrcumaTemperos utilizados no dia a dia podem ajudar a prevenir doenças como ansiedade e depressão – Foto: Karolina Grabowska/Pexels/Divulgação/ND

É o que apontam estudos publicados em revistas científicas internacionais. Com base nesses levantamentos, a farmacêutica da USP (Universidade de São Paulo), Paula Molari Abdo, explica essa relação e como os ativos agem no organismo.

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O açafrão é muito cultivado no Irã, na Índia e na Grécia. O produto é caro porque são necessárias 75 mil flores para produzir um quilo da especiaria.

Seus componentes incluem picrocrocina, safranal, crocina e crocetina, substâncias químicas que agem como antioxidantes e coletores seletivos de radicais livres.

Suas propriedades previnem quadros de depressão leve a moderada, ansiedade, distúrbios cognitivos e do sono. Segundo os estudos, a eficácia é comparável aos antidepressivos tradicionais.

A crocina também pode gerar efeito calmante nos neurotransmissores cerebrais, proporcionando maior capacidade de concentração. Além disso, o açafrão é uma fonte rica em riboflavina, a vitamina B2, sendo uma aliada para indivíduos propensos à enxaqueca.

“Somado a isso, o açafrão aumenta a produção de uma molécula envolvida na regulação vascular, o óxido nítrico, gerando uma vasodilatação e diminuindo a pressão sistólica e diastólica, fundamental para o tratamento da hipertensão”, afirma a farmacêutica.

Como pode ser usado 374t3t

O açafrão é uma especiaria comum na culinária mediterrânea, usada especialmente na paella, prato típico espanhol. Também pode temperar arroz, caldos e massas. No Brasil, é bastante substituído por flores de calêndula e cártamo, que possuem propriedades semelhantes.

Segundo Paula, há também vários suplementos à base do extrato de açafrão, como o AffronR e o SaffronR. “Eles podem ser preparados em farmácia de manipulação, com a devida orientação médica”, reforça.

Cúrcuma u4c40

Trata-se de um caule subterrâneo de origem asiática, da família do gengibre, também conhecida como açafrão-da-terra ou gengibre amarelo, cujo nome científico é Curcuma longa L.

Os compostos de curcuminoides são polifenóis com efeitos anti-inflamatórios capazes de aumentar os níveis de dopamina e de hormônios que protegem o cérebro contra isquemias e doenças neurodegenerativas, como esclerose múltipla, Parkinson e Alzheimer.

Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, confirma que a curcumina pode ajudar a eliminar as estruturas associadas ao Alzheimer no cérebro.

“A Curcuma longa L. age no Sistema Nervoso Central, tendo a curcumina como principal responsável pela ação neuroprotetora e antioxidante, atuando também nos quadros de depressão e ansiedade crônica”, reforça Paula.

Como pode ser usada 6x5b4n

Popularmente utilizada na culinária, sendo um dos ingredientes do curry, a cúrcuma possui um óleo rico em sesquiterpenos oxigenados que dá a característica aromática da planta (picante). Pode ser consumida em saladas, chás e cozidos.

No entanto, a curcumina, principal componente da cúrcuma, é pouco absorvida pelo organismo. Para otimizar a absorção, o ideal é combinar a cúrcuma com piperina (um extrato de pimenta preta), que aumenta a absorção de curcumina no corpo em até 2.000%.

Para obter os benefícios, a farmacêutica recomenda tomar 1.500 mg de curcumina e 15-20 mg de piperina por dia. Além disso, a curcumina e os curcuminóides podem ser extraídos e consumidos como suplementos, proporcionando uma eficácia maior do que a cúrcuma isolada.

“Independentemente do ativo, lembre-se que é fundamental haver uma orientação médica para o consumo de alimentos e suplementos com fins terapêuticos”, alerta Paula.

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