A Câmara de Vereadores de Blumenau votou nesta terça-feira (4) o projeto de lei que prevê o remanejamento de R$ 9,2 milhões no orçamento do município para desapropriação de dois imóveis que serão utilizados pela Secretaria de Educação. Inicialmente, o valor estava destinado à alimentação escolar.
Um dos espaços, na Rua Araranguá, deve receber a Cematepca (Centro Municipal de Ampliação do Tempo e Espaço Pedagógico da Criança e do Adolescente), enquanto o outro receberá a “Casa do Professor”, onde serão realizadas formações, reciclagens e interações entre professores da rede municipal.
Durante a votação, os vereadores divergiram sobre valor, fonte dos recursos e transparência. Em determinado momento houve bate-boca entre os vereadores Bruno Cunha (Cidadania) e Gilson de Souza (Patriota).

Gilson de Souza manifestou voto favorável dizendo que realocações orçamentárias são normais e que não votaria contra a Casa do Professor. “Se confirmar que essas situações estão sendo feitas de má fé, como é a desconfianças de vossas excelências, cabe a nós, na função e prerrogativa de vereador, fiscalizar”, disse Souza.
Na sequência, Bruno Cunha criticou a proposta e o posicionamento dos parlamentares favoráveis. “Não vou dar um cheque em branco, tirando da merenda das crianças, para fazer o que quiserem, sem nenhuma justificativa. […] É muito ‘blá, blá, blá’ de base governista”, disse o parlamentar.
Neste momento, Cunha teria sido ofendido por Gilson que ficou incomodado com a fala do colega. O vereador do Cidadania faz uma pausa e retoma dizendo: “depois a gente vê as sanções éticas pelas coisas que eu acabei de ouvir”.
Ainda durante justificativa, Cunha insinuou que outros vereadores estariam recebendo ligações do governo municipal. “Eu tive coragem de sair de um governo que ajudei a eleger e sei como a coisa funciona, sei que tem telefone tocando por aí”.
Após deixar a tribuna, Cunha e Souza tiveram uma discussão mais acalorada. Assista:
O que dizem os envolvidos 3f435m
Nesta quarta-feira (5) a reportagem do ND+ procurou os vereadores envolvidos na discussão. Gilson de Souza (Patriota) disse à reportagem que o assunto já está resolvido e que prefere não falar sobre a situação neste momento.
Bruno Cunha (Cidadania), também disse que a situação está resolvida. Segundo ele, após a sessão, os parlamentares conversaram e Gilson pediu desculpas. Cunha informou ainda que não deve entrar com qualquer tipo de ação na Comissão de Ética.
O projeto 3304r
Após a discussão, o projeto foi aprovado com nove votos favoráveis, três contrários e duas abstenções. Os vereadores Carlos Wagner, o Alemão (PSL), Bruno Cunha (Cidadania) e Emmanuel Santos, o Tuca (Novo) foram contra. Já os vereadores Adriano Pereira (PT) e Silmara Miguel (PSD) se abstiveram da votação. A proposta ainda precisa ser aprovada em redação final.
O líder do governo, vereador Marcelo Lanzarin (Podemos), esclareceu que a proposta trata somente de um remanejamento orçamentário e que o projeto de desapropriação dos imóveis ainda ará pelo legislativo.