Tudo calmo no saloon 5r6gm

A resistência cenográfica chegou ao ápice do cinismo ao apoiar censura hedionda às vésperas da eleição

Diante dos últimos acontecimentos no país, que explodem no cume de uma escalada autoritária fantasiada de resistência democrática, restam duas opções: ou as instituições reagem ao pacto covarde do vale-tudo ou a reação virá de fora da institucionalidade, desordenada, por parte da imensa maioria que não quer entregar os seus direitos e a sua liberdade a meia-dúzia de malandros. Este caminho será bem mais doloroso para todos.

Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes – Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilPresidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Como está hoje o estado de direito no Brasil, nos encontramos no seguinte padrão de conduta: eu mando a minha polícia na casa de quem eu quiser, na hora que eu quiser, pelo motivo que eu quiser e ninguém tem nada com isso. Empresários, trabalhadores, parlamentares, jornalistas e cidadãos em geral não podem ameaçar o meu direito de ir e vir na casa deles.

Como esse padrão de faroeste pode ter se instalado? Simples: se instalou graças aos democratas de auditório – que aplaudem pé na porta sem lei fingindo que isso é depuração do ambiente contra o fascismo imaginário. Aí quando os prepotentes que chutam porta de residência na hora que querem são criticados, os democratas de auditório se levantam com seus surtos ageiros de legalismo pacifista.

O que dizer a esses hipócritas? Vai indo que eu já vou? Fiado só amanhã? Me empresta a sua máscara? Ou alguma coisa mais incisiva?

A resistência cenográfica chegou ao ápice do cinismo ao apoiar censura hedionda às vésperas da eleição – de novo com o álibi de que aquilo é para evitar que gente ruim espalhe ódio e mentira por aí, etc. Álibi vagabundo – poderiam ter ao menos procurado um melhorzinho. Carmen Lúcia disse “cala a boca já morreu” ao barrar uma ação de integrantes da MPB que queriam censurar biografias. Mas o mundo dá voltas, e a ministra acabou virando amiga de infância dessa nata da MPB, como se vê pelos constantes congraçamentos.

E o cala a boca ressuscitou. Mais especificamente, para proibir que se fale da biografia do candidato dos amiguinhos da MPB. Que coincidência! O cala a boca endossado vergonhosamente pela ministra Carmen Lúcia, enchendo a lei de gambiarras, serve hoje para impedir que se fale da ladroagem de Lula, o guru dos anjinhos da MPB – com os quais Carminha resolveu ser feliz para sempre, depois daqueles contratempos no ado recente.

Você decide: proibir que falem da biografia de Lula é censura ou apenas classificação de conteúdo adulto?

Aos que estão gritando contra a censura hedionda do TSE, cabe a pergunta: o que vocês vão fazer? Quem deu poderes absolutos a um tribunal eleitoral? Ninguém? Então isso tem que parar, certo? O Congresso foi fechado? O Ministério Público foi extinto? O povo foi proibido de sair na rua? Não? Então mexam-se! Antes que seja tarde. (Talvez já seja).

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