Começa nesta quarta-feira (19), o julgamento onde o STF (Supremo Tribunal Federal) avalia se os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino devem participar do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete por tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Em 28 de fevereiro, os pedidos de afastamento dos ministros no julgamento por tentativa de golpe foram negados por Luís Roberto Barroso, presidente do STF.
A partir desta terça-feira (18), o recurso das defesas entrou na pauta do plenário virtual da Corte. O julgamento dos recursos terá início às 11h e segue até às 23h59 min desta quinta-feira (20).
Afastamento de ministros no julgamento da tentativa de golpe foi pedido por defesa de Jair Bolsonaro 2o1s1p
As ações de impedimento e suspensão são movidas pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-ministro Walter Braga Netto e do ex-secretário da Presidência Mário Fernandes. Moraes, Zanin e Dino integram a Primeira Turma do STF, que julga o recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) a partir de 25 de março.
O recebimento da denúncia determina se os denunciados arão a ser réus. Bolsonaro, Braga Netto e mais seis denunciados serão julgados pela Primeira Turma em 25 de março. O julgamento da denúncia contra Mário Fernandes ainda não tem data definida, mas já foi liberado por Moraes, relator do caso.
Se os três ministros alvos das arguições de impedimento e suspeição forem afastados do julgamento da tentativa de golpe, a Primeira Turma do STF ficará sem quórum para analisar a denúncia da PGR, forçando a remessa do caso ao plenário da Corte.
Quais são os argumentos que pesam sobre ministros 2e5r1v
A defesa de Jair Bolsonaro pede o afastamento de Cristiano Zanin com a alegação de que o ministro, antes de ingressar no STF, foi advogado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival do ex-presidente, além de já ter ajuizado uma ação eleitoral contra a chapa do PL nas eleições de 2022, encabeçada por Bolsonaro. Quanto a Flávio Dino, os advogados do ex-presidente argumentam que o ministro, enquanto governador do Maranhão, protocolou uma queixa-crime contra Bolsonaro em 2020.
Já as defesas de Braga Netto e Mário Fernandes querem afastar Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Quanto ao relator, argumenta-se que a manutenção do acordo de colaboração de Mauro Cid evidenciou a “parcialidade” do ministro; sobre Dino, alega-se que o magistrado, enquanto ministro da Justiça à época dos fatos narrados na denúncia, não pode se comprometer com o julgamento da tentativa do golpe.
Os argumentos das três defesas foram rejeitados por Barroso. O presidente do STF não viu configurada nenhuma das hipóteses para o afastamento de magistrados prevista pelo Código Penal. Segundo Barroso, as defesas fizeram uma interpretação “extensiva” da legislação, não cabendo o afastamento dos juízes.
Ao julgarem os recursos, os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados ao STF por Jair Bolsonaro, terão a primeira oportunidade de se manifestarem em uma questão envolvendo a denúncia de tentativa de golpe.