A argumentação para defender Eduardo Pazuello pela participação em ato com o presidente Jair Bolsonaro vem sendo construída desde a manhã desta segunda-feira (24). Fontes da defesa alegam que qualquer punição disciplinar que venha a ser definida ao ex-ministro da Saúde seja limitada ao regimento da instituição militar.

“O direito istrativo disciplinar, militar ou civil, não pode desafiar a lógica e o bom senso. Toda e qualquer punição deve ser baseada no texto expresso da lei e do regulamento, não itindo interpretação extensiva para punir, sob pena de violação ao princípio constitucional da legalidade”, garante a defesa.
Nesta terça-feira, Pazuello vai se reunir com o comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira, em Brasília. O que pesa contra ele é o fato de ainda ser um general da ativa e, por isso, não ter autorização para participar de nenhum ato político.
O general vai responder a um processo istrativo no Exército por ter participado e discursado em ato ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no último domingo (23), no Rio de Janeiro.
A defesa do ex-ministro da Saúde foi pega de surpresa com a iniciativa do general de acompanhar o presidente e discursar no ato político a favor de Bolsonaro.
A percepção geral é de que a atuação de Pazuello no evento público expõem também o ministro da Defesa, Braga Netto, que será cobrado pelos insatisfeitos na cúpula militar. O próprio Braga Netto participou de evento semelhante ao lado de Bolsonaro. A diferença é que atual ministro da Defesa é um militar reformado.
Senadores da I da Covid reagiram com irritação e perplexidade. O episódio reforçou a disposição de reconvocação de Pazuello à comissão de inquérito. Requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE) sobre o tema deve ser apreciado nesta quarta-feira.