
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente do Brasil, disse nesta quarta-feira (4) que a polêmica ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que chegou a motivar um pedido de investigação da Polícia Federal -, não teve nada de errado ou ilegal.
A conversa aconteceu poucos dias antes do depoimento de Mourão ao STF (Supremo Tribunal Federal), no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado em que Bolsonaro é acusado.
O senador disse que Bolsonaro justificou a ligação dizendo que o ministro Alexandre de Moraes, que está à frente do caso, não iria avisar as testemunhas da defesa, e que cabia aos réus “contata-las e pedir a gentileza de prestarem depoimento”.

Mourão aceitou o pedido e, durante a conversa, também perguntou como Bolsonaro estava, já que ele estava se recuperando de uma cirurgia recente. As informações são do R7.
“Tenho a esclarecer que nada de irregular ou ilegal ocorreu. O ex-Presidente entrou em contato comigo, dias antes da data marcada pelo STF, me consultando se concordaria em depor como testemunha de defesa e se na data designada pela Corte seria possível”, informou em nota o senador.
Ligação de Bolsonaro e a investigação sobre possível pressão 2h463f
No dia 23 de maio, Mourão deu seu depoimento ao STF. Depois disso, vários jornais falaram sobre a ligação de Bolsonaro a Mourão. Por isso, no dia 3 de junho, o ministro Alexandre de Moraes pediu que a Polícia Federal investigasse essa conversa, para descobrir se Mourão sofreu alguma pressão para mudar o depoimento.

Essa investigação começou porque a PGR (Procuradoria-Geral da República) disse que existe a possibilidade de que Mourão tenha sido ameaçado, intimidado ou pressionado de alguma forma, o que poderia ter influenciado o que ele falou no depoimento.
Mas Mourão disse em nota que, em relação à ligação de Bolsonaro, “em momento algum” foi “constrangido, ameaçado ou recebi alguma insinuação que pudesse, de alguma forma, influenciar meu depoimento que, registro, foi a expressão da verdade em cada palavra, ratificando-o integralmente”.
Mourão depõe ao STF 4t301n
No depoimento ao STF, o senador Mourão contou que estava em casa no momento dos atos de 8 de janeiro de 2023. “Estava ali no domingo à tarde, estava dentro da piscina”, detalhou.
Ele também explicou que havia se mudado para uma casa nova cerca de 10 dias antes, depois de deixar o Palácio do Jaburu, onde morou enquanto foi vice-presidente. “Saí do Palácio logo depois do Natal”, afirmou.
O senador negou ter participado de qualquer reunião para discutir um estado de exceção ou para apresentar uma minuta de golpe de Estado.