O banimento da conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, das principais plataformas de rede social não foi um evento complexo. Foi até bastante simples. Não há real controvérsia em torno do acontecido.
O que as plataformas fizeram, embora não tenham afirmado isto, quer dizer o seguinte: quem manda no nosso ambiente somos nós e expulsamos quem quisermos, mesmo que seja o presidente da maior democracia do mundo.

É claro que o motivo alegado não foi esse. E não vamos reproduzir aqui literalmente os álibis ou justificativas esfarrapadas. As plataformas alegaram que Trump estava incitando a violência com suas palavras e seus atos, especialmente a decisão por ele divulgada de não comparecer à posse de Joe Biden.
É uma explicação vergonhosa para quem não baniu o ditador brutal Nicolas Maduro, ou permitiu que Lula inflamasse seus súditos pelas redes de dentro da cadeia – onde estava confinado por crime de corrupção e lavagem de dinheiro.
Também jamais foi banida a vice-presidente eleita dos EUA, Kamala Harris, apoiadora ostensiva de um movimento violento. Não um movimento que já tenha agido eventualmente com violência: um movimento que tem a violência como marca.
É supostamente um movimento racial, mas a forma brutal como já atingiu seus supostos protegidos, e a forma patente como sempre agiu politicamente contra os adversários de Kamala e seus correligionários, deixa a impressão de que a questão racial é uma espécie de gatilho.
A vice-presidente eleita dos EUA conclamou esse movimento violento a “continuar” e não foi banida de nenhuma plataforma por isso.
Barack Obama acusou Donald Trump por centenas de milhares de mortes atribuídas à covid – e assim posicionou o presidente, de forma irresponsável e sem fundamentação alguma, como alvo da revolta dos americanos.
Isto não foi considerado incitação à violência e o imaculado Obama, primeiro Nobel da Paz pré-datado da história, naturalmente não foi banido por rede alguma.
Repetindo: o banimento de Trump não tem nada de complexo. Foi um ato puro e simples de censura. É escandaloso porque o ambiente em que isso se dá não é reconhecido como um lugar de autoritarismo e ditadura.
Ao contrário, as grandes plataformas de rede social representaram (de fato) uma revolução democrática.
De forma não muito organizada, mas efetiva, deram voz a parcelas da sociedade que não tinham voz; levaram informação a essas mesmas parcelas; deram poder à chamada “maioria desorganizada” – aquela que nunca teve lobistas, sindicatos e clubes de representação.
Agora se vê as principais plataformas aparentemente querendo usar esse poder democrático – por elas próprias constituído – para ações artificiais de indução política e de pensamento. Isto não pode acabar bem.