Muita quantidade e pouca qualidade da terceira via ampliam polarização Lula x Bolsonaro 3t1p33

Consultor político alerta para a importância de discurso relevante aos candidatos que querem bater o atual e o ex-presidente; eleitor médio, desinteressado pela política, será decisivo

A pulverização de candidaturas da chamada terceira via está favorecendo a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT).

Lula e Bolsonaro – Foto: Arte Altair Magagnin/NDLula e Bolsonaro – Foto: Arte Altair Magagnin/ND

Além da quantidade, os nomes que se apresentam carecem de qualidade. Os presidenciáveis não trazem uma narrativa que possa fisgar o eleitor, principalmente o cidadão menos interessado pela política.

Para o consultor político Laércio Menegaz Jr, quem quiser ter chances precisa “semear” e focar no chamado “eleitor médio”.

Entre os presidenciáveis: Alessandro Vieira (Cidadania), Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Doria (PSDB), José Luiz Datena (ex-PSL), Luiz Henrique Mandetta (ex-DEM), Rodrigo Pacheco (PSD), Sérgio Moro (Podemos) e Simone Tebet (MDB).

“Por enquanto, vem mais”, antecipou o consultor, diante da perspectiva de manutenção das candidaturas para o fortalecimento de chapas proporcionais.

Além da profusão de nomes, Menegaz alerta para o grande desafio da terceira via: a falta de uma agenda definida e de clareza nos posicionamentos. “Ser apenas contra Bolsonaro e Lula é muito pouco”, disse.

Lula e Bolsonaro mobilizam cerca de 70% do eleitorado, justamente com narrativas bem construídas, que engajam e geram paixão junto às respectivas militâncias, o ponto fraco dos concorrentes.

É neste contexto que o “eleitor médio”, como classifica o consultor, pode mudar o panorama eleitoral. Essa faixa, dos que não acompanham o mundo da política, chega perto de 85%.

“O eleitor médio é o cidadão comum, cuja pauta principal não é a política, mas sim trabalho, família, filhos, saúde e lazer”, classificou.

Diante dessa perspectiva, é provável que a movimentação do tabuleiro eleitoral fique mais intensa a partir do segundo semestre de 2022, depois da Copa do Mundo de futebol, “verdadeiramente uma paixão do eleitor médio”.

“Bombardeado por propagandas políticas nos 45 dias de eleição e obrigado a comparecer na urna, o eleitor médio acaba tirando um tempo para a política”, projeta.

Até lá, os candidatos da dita terceira via precisam fazer o dever de casa, plantando para colher mais a frente. “O plantio é opcional e a colheita é obrigatória”, arrematou.

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