A Coreia do Norte disparou um ICBM (míssil balístico intercontinental) nesta quinta-feira (24), que atingiu a Zona Econômica Marítima Exclusiva Japonesa. De acordo com militares da Coreia do Sul e do Japão, o míssil teria sido o primeiro lançamento desse tipo de projétil desde 2017.

De acordo com o Estado-Maior da Coreia do Sul, o míssil foi lançado a partir do distrito de Sunan, nos arredores da capital norte-coreana Pyongyang, mesmo local em que aconteceu um teste fracassado na semana ada.
A Coreia do Norte executou uma dezena de testes de projéteis desde o início do ano, série que desafia as sanções da ONU contra o desenvolvimento de seu programa armamentista e nuclear.
“Isto representa uma grave ameaça à península da Coreia, à região e à comunidade internacional”, afirmou o presidente sul-coreano Moon Jae-in em comunicado, e acrescentou que também é uma “clara violação” das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A capital norte-coreana suspendeu oficialmente os testes de longo alcance enquanto o dirigente Kim Jong Un participava em negociações de alto nível com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas as conversações fracassaram em 2019 e estão paralisadas desde então.
A Coreia do Norte está ameaçando “a paz e a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional. Isto não pode ser aceito”, afirmou o primeiro-ministro nipônico, Fumio Kishida.

O momento “perfeito” 2q4m32
A Coreia do Norte já havia disparado três mísseis desse tipo, o último deles em novembro de 2017, o Hwasong-15, que foi considerado suficientemente potente para atingir o território continental dos Estados Unidos.
Apesar das sanções internacionais mais severas, Pyongyang segue o programa de Kim Jong Un para modernizar suas Forças Armadas.
Os lançamentos acontecem às vésperas do 110º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder do país, Kim Il Sung. O regime costuma usar as datas comemorativas para demonstrar sua capacidade militar.
Estados Unidos e Coreia do Sul alertaram este mês que Pyongyang estava se preparando para disparar um ICBM e que testou componentes do Hwasong-17 camuflados como satélites espaciais.
Além disso, a capital norte-coreana aproveita a instabilidade internacional provocada pela invasão da Ucrânia, que provocou o aumento da disputa de Washington com Moscou e Pequim, assim como a transição na Coreia do Sul até a posse do presidente eleito Yoon Suk-yeol, em maio.