O governo de Santa Catarina desmentiu, nesta quarta-feira (20), o uso político do avião-ambulância que receberia um bebê de 3 meses de Caçador que seria transportado para Florianópolis.
arcanjo 06 é “pivô” de nova confusão em SC – Foto: Divulgação/NDPor meio de nota, o governo estadual classificou a afirmação de dois deputados estaduais, durante a sessão da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) como fake news.
Além disso, afirma que “repudia a exploração política irresponsável de dramas humanos por alguns parlamentares”.
Ainda conforme a nota, o coordenador médico do Grau (Grupo de Resposta Aérea de Urgência), Bruno Barros, não chegou ou recebeu nenhuma solicitação para transporte aéreo de bebê.
“As aeronaves são preparadas para o transporte de pacientes em situação grave, mas com quadros estáveis. Elas não possuem configuração para atendimentos emergenciais como era a situação do bebê”, frisa Barros.
Ainda de acordo com o coordenador médico, o paciente sofreu três paradas cardiorrespiratórias durante o transporte da vítima pela Ambulância de e Avançado e teve a chance de ser reanimado, “manobra que não poderia ser feita dentro do avião, por exemplo. O bebê chegou com vida ao Hospital Infantil Joana de Gusmão”, esclarece o governo estadual.
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A nota foi encaminhada após o deputado Jessé Lopes (PL) falar que, na tarde da última segunda-feira (18), um bebê de três meses deu entrada no Hospital Maicé, de Caçador, no Oeste de Santa Catarina, vítima de espancamento.
Por conta disso, o hospital teria solicitado auxílio para localizar um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o bebê alertando que “o paciente está muito grave e em situação de comoção muito delicada”.
De acordo com a nota encaminhada pelo deputado, o Estado teria informado que o Arcanjo 06 dos Bombeiros de Santa Catarina estava “em missão” na região onde o caso aconteceu, mas que estava impossibilidade de realizar o atendimento.
Em seguida, o deputado alega que a equipe do seu gabinete verificou o diário de bordo da aeronave e constatou que a o governador Carlos Moisés, deputada Paulinha, deputado Valdir Cobalchini, o chefe da Casa Civil, Juliano Chiodelli, e assessores eram os ageiros naquele dia.
Vale ressaltar que o governo de Santa Catarina encaminhou uma nota desmentindo o que foi relatado pelo deputado Jessé Lopes.
Além disso, a Justiça atendeu ao pedido do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e decretou a prisão preventiva do casal suspeito de agredir o bebê. O pedido foi feito durante audiência de custódia.
A reportagem do ND+ entrou em contato com o Hospital Maicé, onde o bebê estava internado em Caçador, mas a equipe não se pronunciou sobre o possível pedido de transferência do paciente por meio da aeronave.
Além disso, o coordenador médico do Grau, Bruno Barros, também foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado.
O deputado Bruno Souza afirmou ainda que a aeronave foi desviada da sua finalidade.
“O fim dela não é levar políticos para eventos políticos e sim atender pessoas. Nós tínhamos um bebê precisando de transporte. Quem precisa provar o desvio de finalidade que não afetou ou deixou de atender o bebê é o governo. Nós temos de um lado o desvio de finalidade e a criança que não usou e foi de ambulância por seis horas até o hospital”, disse o deputado em contato com o ND+.
Registros de voos detalham uso de arcanjo em 2022 1z32m
Este não é o primeiro episódio envolvendo o uso do Arcanjo 6 por parte do governador, que tem sido questionada desde março por opositores.
O caso ganhou mais destaque na segunda-feira (14), depois que o parlamentar relacionou a morte de um bebê com a falta de disponibilidade do Arcanjo 06.
Conforme os dados obtidos pelo Grupo ND, a aeronave foi utilizada 20 vezes no ano de 2022 para o transporte de autoridades. Em 2021, a aeronave foi utilizada por autoridades 52 vezes.
Os registros de voos também mostram o uso para a finalidade prioritária da aeronave: o transporte de pacientes. Em 2021, o avião foi utilizado 67 vezes para apoio à Secretaria de Estado da Saúde e, em 2022, foram 20 vezes.
Na época, o governo do Estado afirmou que nenhum paciente deixou de ser atendido pelo serviço aeromédico em Santa Catarina.
“A ilação feita em redes sociais de que o transporte de uma criança deixou de ser realizado para dar prioridade a uma viagem do governador é falsa e apresenta claro interesse político-eleitoral”, esclareceu o governo estadual na época.
Veja a nota do governo de SC encaminhada nesta quarta-feira (8) na íntegra: 3v6a1k
Fake news: É falso que criança agredida em Caçador foi transportada para Florianópolis de ambulância porque aeronave estaria em uso
É falsa a afirmação proferida por dois deputados estaduais, durante sessão na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, 20, segundo a qual um bebê de três meses de idade, vítima de espancamento na cidade de Caçador, foi transferido de ambulância para Florianópolis porque o avião Arcanjo 6 estaria em uso pelo governador.
O governo do Estado lamenta e repudia a exploração política irresponsável de dramas humanos por alguns parlamentares.
De acordo com Bruno Barros, coordenador médico do Grupo de Resposta Aérea de Urgência (GRAU), além de não ter chegado nenhuma solicitação para transporte aéreo do bebê, a gravidade do caso não permitiria esta opção.
“As aeronaves são preparadas para o transporte de pacientes em situação grave, mas com quadros estáveis. Elas não possuem configuração para atendimentos emergenciais como era a situação do bebê”, frisa Barros.
O coordenador médico ressalta ainda que durante o transporte da vítima pela Ambulância de e Avançado (USA), o paciente sofreu três paradas cardiorrespiratórias e teve a chance de ser reanimado, manobra que não poderia ser feita dentro do avião, por exemplo. O bebê chegou com vida ao Hospital Infantil Joana de Gusmão.
Aeronaves do BOA
O Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) presta serviços de transporte aeromédico, por avião, e de atendimento a emergências, por helicóptero, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, em iniciativa pioneira no país. Essas aeronaves também fazem outras missões, como resgates, combate a incêndios, transporte de vacinas, monitoramento de queimadas, entre outras.
Desde o início da gestão, em 2019, o governador disponibilizou o avião (Arcanjo 02), utilizado por ele, para uso integrado com o serviço aeromédico. Além disso, alugou um segundo avião (Arcanjo 06) para uso aeromédico, garantindo a prestação do serviço se houver indisponibilidade do primeiro (por exemplo, em caso de manutenção). Ou seja, a relação entre uso pela autoridade máxima do Estado e prioridade à saúde é inversa à sugerida pelas falsas informações.
