O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem adotado diversas estratégias para derrotar o ex-diplomata Edmundo González. Desde a adoção de um galo como mascote até a promessa de “surra” no opositor, o presidente completará 17 anos no poder em caso de vitória neste domingo (28).

Maduro tem apostado na imagem de um mascote, presente em suas eatas, chamado “gallo pinto”. O animal é um galo valente, de raça e muito forte, capaz de derrotar o rival nas urnas, que tem 74 anos e porte físico mais franzino.
Além disso, o presidente venezuelano tem feito ameaças em seus comícios de que, caso não vença a eleição, é possível acontecer um “banho de sangue” e uma “guerra civil” no país, promovidos pela oposição. Maduro também prometeu uma “surra” nas urnas neste domingo e ainda questionou o sistema eleitoral do Brasil.
“No dia 28 de julho, se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantamos nosso maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo”, afirmou.
Maduro e o poder na Venezuela 714z4q
Nicolás Maduro era vice-presidente de Hugo Chávez, reeleito em 2012. Quando eleito, Chávez já tratava um câncer, o que fez o vice assumir a presidência do país. Chávez faleceu em 2013, quando foram convocadas novas eleições e Maduro foi eleito.
O presidente foi reeleito em 2018 e, em caso de nova reeleição, completará 17 anos no cargo.

A eleição na Venezuela conta com dez candidatos na disputa. A mais recente pesquisa eleitoral indica Edmundo González com 59% das intenções de voto, e Nicolás Maduro com 24,6%.
Como funcionam as eleições na Venezuela? 1t1j62
Cerca de 21 milhões de eleitores irão às urnas no domingo (28) escolher quem será o chefe de estado da Venezuela entre 2025 e 2031.
O eleitor apresenta sua identidade e faz o reconhecimento biométrico usando impressão digital. Em seguida, vai até a urna eletrônica e realiza seu voto, que sai impresso em um papel para que o eleitor confira se está correto. Por último, ele deposita o voto impresso em outra urna.

Os votos computados na urna eletrônica são enviados por sistema próprio, sem conexão com a internet, para uma central que faz a totalização. Após isso, é feita uma verificação, por amostragem, para conferir se os votos enviados eletronicamente são os mesmos depositados em papel.
Os setores da oposição podem acompanhar todo o processo de auditoria do sistema, inclusive antes das eleições. Neste ano, 30 mil observadores foram registrados, por parte da oposição, para acompanhar as mesas eleitorais do país.
Especialistas e organizações apontam que não existem provas ou motivos para acreditar que o voto é violado. Por outro lado, a oposição denuncia fraudes desde 2004, ano da primeira reeleição de Hugo Chávez.