
Mal assumiu o posto de Ministro da Previdência Social, após o escândalo de fraude bilionária no INSS, e o novo titular da pasta, Wolney Queiroz, poderá ser convocado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para explicar as denúncias de desvios no instituto.
Isto porque a bancada do Novo apresentou requerimento de convocação do ex-deputado federal. A convocação, ao contrário do convite, exige a presença da autoridade, que deve informar à comissão a melhor data e horário para o comparecimento.
Na opinião da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a troca de ministro [Wolney substituiu Lupi, que pediu demissão na semana ada] na pasta não será eficaz para trazer soluções reais ao problema. “Essa troca de ministros não convence. Parece mais um teatro do que uma real intenção de resolver o problema”.

Ainda de acordo com a parlamentar, assim como o ex-ministro Carlos Lupi, que sabia da fraude bilionária no INSS, Wolney Queiroz também tinha conhecimento das irregularidades e nada fez. “O Parlamento precisa ouvir explicações claras e cobrar responsabilidade. Fraudes bilionárias que atingem os mais vulneráveis não podem ser varridas para debaixo do tapete”, justificou Adriana Ventura.
Fraude bilionária no INSS 2obi
A operação Sem Desconto, da Polícia Federal, demonstrou o desconto indevido de contribuições associativas em aposentadorias e pensões do INSS, com prejuízo estimado em mais de R$ 6,3 bilhões.
De acordo com o requerimento do Novo, o atual ministro participou, enquanto ainda era secretário-executivo da pasta, de reuniões com representantes de entidades associativas e sindicais citadas nas investigações, e por isso tinha conhecimento dos fatos.
Embora não haja indícios formais de envolvimento direto do ministro nas fraudes, sua presença em encontros com suspeitos levanta suspeitas e reforça a necessidade de esclarecimentos públicos, diz o documento do Partido Novo.
Os parlamentares também apontam no requerimento que o ministro, enquanto exercia o cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, participou de reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) em 2023 e 2024, onde teria sido alertado sobre o aumento anormal de descontos em benefícios previdenciários.
Segundo os deputados do Novo, a resposta da gestão foi insuficiente frente a fraude bilionária no INSS, limitando-se a promessas de investigação sem medidas concretas para conter as irregularidades.
No requerimento para ouvir as explicações do novo ministro sobre as fraudes bilionárias no INSS, a bancada do Novo ressalta que o impacto social é “devastador”, e afetou idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.
O requerimento ainda precisa ser votado e aprovado pelos membros da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Enquanto isso, mais uma iniciativa para apurar as fraudes ganha corpo no Congresso Nacional.
Fraude bilionária no INSS também poderá ser investigada por MI 3g4x4h
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) apostam numa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) para investigar as fraudes bilionárias no INSS. As parlamentares já recolheram s para apresentar o pedido, e convocaram uma entrevista coletiva para esta terça-feira (6).
O pedido para criação da MI do Roubo dos Aposentados já conta com o apoio de 29 senadores e 182 deputados. A proposta ganhou apoio expressivo no Congresso diante das inúmeras denúncias envolvendo morosidade nos atendimentos, suspeitas de fraudes, interferência política e descaso com aposentados, pensionistas e demais beneficiários da Previdência Social.
“O que está acontecendo com os segurados do INSS é desumano. Pessoas doentes esperando meses ou até anos por perícias, aposentadorias paradas, benefícios negados injustamente e servidores sendo pressionados. O povo brasileiro merece respeito”, disse a deputada Coronel Fernanda.
Com as s já reunidas, a expectativa agora é pela leitura e oficialização do pedido nas próximas sessões do Congresso.