Após meses de movimentação interna, está chegando o momento das eleições para presidentes da Câmara Federal e do Senado. Os parlamentares tomam posse no Congresso na próxima quarta-feira, 1º de fevereiro, e no mesmo dia, votam para escolher os representantes das casas nos próximos dois anos.

Na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) é o candidato a reeleição que conta com apoio do governo federal, desde que ajudou na tramitação e aprovação da PEC da Transição. Essa Proposta de Emenda à Constituição permitiu que o governo Lula aumentasse o teto de gastos do orçamento de 2023 em R$ 145 bilhões para bancar despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, a Farmácia Popular e outras políticas públicas.
Lira conta com apoio de 20 partidos e enfrenta o adversário Chico Alencar (PSOL-RJ). A aposta é de que Lira vença com ampla maioria dos 513 votos dos deputados.
Disputa no Senado e posição dos senadores de SC 5t2a1z
Já no Senado, a disputa está mais acirrada. O atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é candidato a reeleição, e o que mais deve contabilizar votos. No entanto, a quantidade não definida pode mudar o cenário a favor do oponente Rogério Marinho (PL-RN). Além deles, Eduardo Girão (Podemos-CE) também é candidato, mas não conta com apoio do partido.
Os três senadores de Santa Catarina, se pronunciaram a favor de Marinho. Ivete da Silveira (MDB-SC) disse em uma rede social que votar em Marinho é “apoiar a ousadia que o momento político exige”.
Esperidião Amin (PP-SC) afirmou ao ND que a posição dele e do partido nesse apoio é buscar equilíbrio e harmonia dos poderes que está desfeito por atitudes de ministros do Supremo Tribunal Federal. O que corrobora com possíveis declarações de Marinho afirmando que, se for eleito, pedirá o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Jorge Seif (PL-SC) é o novo senador do Estado e tem feito campanha para o colega de partido. Em sua justificativa, seguiu a linha de Amin e afirmou que Marinho representa “resgate a independência e harmonia entre poderes, o retorno do equilíbrio democrático entre instituições”.
Para o cientista político da Universidade de Brasília, Nauê Bernardo, independe que quem vença o governo terá que negociar muito para alcançar objetivo. Para o especialista, Pacheco parece ser mais afável numa primeira análise, porque conta com apoio de partidos governistas.
Já Marinho, também na visão do especialista, terá política distante do Planalto e dificultará pautas relevantes para o governo. Além disso, a relação com STF pode ser mais conturbada. “Se Marinho vencer, não podemos dizer que seja uma derrota do Lula, mas certamente não é o que o presidente da república quer”, afirmou o especialista.
A votação nas duas casas é secreta. Vence quem tiver maioria absoluta no primeiro turno, caso nenhum chegue a esse número, terá segundo turno.