Após a criação da primeira bomba atômica, o mundo ou por transformações significativas que se refletiram nas relações entre nações e na busca por recursos militares avançados. Essa história foi tema do recente sucesso de Hollywood, “Oppenheimer”.
Teste da primeira bomba atômica no Atol de Bikini, nas Ilhas Marshall – Foto: Pexels/Reprodução/ND
O ND+ conversou com a professora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), coordenadora da pós-graduação em Relações Internacionais e doutora em Ciência Política pela Unicamp, Danielle Jacon Ayres.
A professora destaca que o advento dessa arma de destruição em massa alterou a dinâmica do sistema internacional, conferindo aos países detentores uma capacidade de dissuasão maior e influência nas questões globais.
“Então o que muda essencialmente do ponto de vista do poder político é que aqueles que têm a bomba atômica aram a ter uma capacidade de dissuasão maior”, afirma a especialista.
Desenvolvimento da tecnologia militar após a bomba atômica 335i3g
Um dos pontos cruciais é o desenvolvimento de tecnologia militar avançada por meio da pesquisa e construção de bombas atômicas.
“Nesse sentido, eles têm também uma capacidade maior de desenvolver tecnologia militar, ter uma indústria militar mais desenvolvida e mais importante no sistema internacional”, destaca Ayres.
Além disso, a obtenção de energia atômica implica na necessidade de protocolos de segurança rigorosos para evitar possíveis ameaças.
“O país que tem energia atômica vai ter que ter uma planta de energia atômica de enriquecimento de material nuclear, urânio, isso pode vir a representar também uma ameaça do ponto de vista da segurança”, explica.
Essas mudanças no cenário internacional, segundo a professora, são perceptíveis na forma como determinados países são avaliados e vigiados por suas atividades nucleares.
Contudo, apesar das implicações, a especialista salienta que os países detentores de armas atômicas têm maior influência para decidir questões de agenda e são atores decisivos em assuntos cruciais do sistema global.
“É só olhar para os cinco membros do Conselho de Segurança [da ONU] e ver a capacidade militar que cada um possui”, destaca a especialista.
Diante das transformações trazidas pela criação da bomba atômica, fica evidente que essa arma continua a moldar as relações internacionais e a segurança global, reforçando a necessidade de diálogos e esforços conjuntos para garantir um futuro pacífico e seguro.
