O MRE (Ministério das Relações Exteriores) divulgou, nesta terça-feira (22), uma nota à imprensa sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. No comunicado, a pasta reafirma a necessidade de uma solução negociada entre os países e que leve em consideração os interesses de segurança dos dois países e a necessidade de se respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas.

O MRE pede para que a negociação leve em consideração os Acordos de Minsk, assinados em 2014 por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR) e da República Popular de Luhansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia.
O Ministério ainda “apela a todas as partes envolvidas para que evitem uma escalada de violência e que estabeleçam, no mais breve prazo, canais de diálogo capazes de encaminhar de forma pacífica a situação no terreno”.
Na segunda-feira (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu a independência das auto proclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk e anunciou o envio do que chamou de forças de “manutenção de paz” para solo ucraniano.
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, condenou a decisão do presidente russo de um decreto reconhecendo duas regiões do leste da Ucrânia como independentes.
“Eu condeno a decisão da Rússia de reconhecer a auto proclamada ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Luhansk’. Isso mina a soberania e integridade territorial ucraniana, corrói os esforços em prol da solução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária”, afirmou Stoltenberg em nota.
Conselho de Segurança d6573
O representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador Ronaldo Costa Filho, fez na terça-feira (21) uma declaração no debate do Conselho de Segurança da Nações Unidas sobre a questão da Ucrânia.
Ele alertou que a “tensão dentro e ao redor da Ucrânia está se agravando diariamente – na verdade, a cada hora”.
Costa Filho disse ainda que a situação se tornou crítica e o Brasil vem acompanhando os últimos acontecimentos com extrema preocupação.
“Nas atuais circunstâncias, nós, neste conselho, em representação da comunidade internacional, devemos reiterar os apelos à imediata desescalada e nosso firme compromisso de apoiar os esforços políticos e diplomáticos para criar as condições para uma solução pacífica para esta crise”.
O embaixador reafirmou o “apelo a todas as partes interessadas para que mantenham o diálogo com espírito de abertura, compreensão, flexibilidade e senso de urgência para encontrar caminhos para uma paz duradoura na Ucrânia e em toda a região. Um primeiro objetivo inescapável é obter um cessar-fogo imediato, com a retirada abrangente de tropas e equipamentos militares no terreno. Tal desengajamento militar será um o importante para construir confiança entre as partes, fortalecer a diplomacia e buscar uma solução sustentável para a crise”.