Cinquenta e nove mulheres morreram vítimas de feminicídio em Santa Catarina no ano de 2019. Os números são da Secretaria de Segurança Pública. O número preocupa, afinal são 40,5% casos a mais que em 2018, quando foram registrados 42 feminicídios. Ou seja, quase cinco mulheres foram mortas por violência doméstica a cada mês em 2019.
O número de casos em Santa Catarina no ano ado é o maior dos últimos três anos. Foram 54 casos em 2016, primeiro ano com a tipificação de feminicídio em vigor, tendo baixa nos dois anos seguintes, 52 em 2017, e 42 em 2018. O crime ou a ser considerado a partir de março de 2015.

O que é feminicídio b4w3b
Feminicídio é o termo usado para denominar assassinatos de mulheres cometidos em razão de gênero. Ou seja, a vítima morre simplesmente por ser mulher. Normalmente, a violência é praticada por ex-companheiros ou companheiros das vítimas.
Preocupante e absurdo, diz delegada 4m1k5c
A delegada Patrícia Zimmermann, responsável pelas Delegacias da Mulher de Santa Catarina, lamentou e chamou de “preocupante” o aumento no número de casos no Estado.
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“Sempre que falamos em feminicídio, falamos na morte de uma mulher. É um crime muito grave, uma das maiores violações de direitos humanos. Demonstra como a sociedade ainda vê e trata as mulheres”, afirma a delegada.
A delegada ainda afirmou que na maioria do estados do país o número de casos de feminicídio apresentou aumento. “Em pleno século 21 a mulher perder a vida por relação familiar, ou por simplesmente ser mulher é algo absurdo”, pontua.
Zimmermann alega que esse número também representa o aumento na efetividade das investigações policiais. “Muitos casos de feminicídio eram tratados como sequestro ou latrocínio. O autor mascarava a cena do crime, criando factoides para atrapalhar a investigação”, reitera.
Balanço dos números da SSP: 2bw35
- 54 casos de feminícidio foram registrados em SC em 2016;
- O número caiu em 2017, ando para 52;
- O número caiu ainda mais em 2018, ando para 42 casos;
- 2019 registrou o maior número dos últimos três anos: 59 casos.
Investigação 543a21
De acordo com a Polícia Civil as investigações em casos de feminicídio tem sido aprimoradas em Santa Catarina, e aram a ser investigadas com “olhar de gênero”.
“O compromisso da Polícia Civil é que toda morte ou desaparecimento de mulher seja investigado a exaustão e qualidade”, afirma a delegada.
Conforme a delegada, o maior número de casos de feminicídio são registrados por homens que alegam “ciúmes” da companheira ou ex-companheira. “Nada justifica agressão”, enfatiza Zimmermann.
Prevenção 5xk4x
Grupos de prevenção devem ser a prioridade da polícia para 2020. Há programas com grupo de mulheres, adolescentes, ou mesmo com grupo de homens, como há em ville.
Programa Polícia Civil por Elas: Segundo a delegada, este programa é divido em quatro eixos: mulheres vítimas de violência, homens agressores, adolescentes nas escolas e policiais que atendem este público. A intenção da Polícia é expandir o programa e seguir com inovações dentro destes eixos.
As medidas proporcionam o acolhimento da vítima com o cuidado que a situação demanda, além de e contribuir para a desconstrução de padrões de violência com os autores.
“O grupo de homens está consolidado em ville. Estamos entrando em contato com outras Dpcamis [delegacias especializadas em Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso] para estender a ação. Tudo isso envolve a questão do gerenciamento de estresse e violência. As ações voltadas para as mulheres têm os grupos de apoio, questões de emponderamento e qualificação profissional”, explica a delegada.
Grupo de reflexão com homens agressores: O programa foi idealizado por uma unidade policial de ville, no Norte de Santa Catarina. O objetivo do projeto é promover reflexões sobre a conduta violenta contra as companheiras.
De acordo com a Polícia, os agressores são encaminhados por meio de ordem judicial, tornando obrigatória a participação no programa.
Botão do pânico 5w1a53
O dispositivo conhecido como botão do pânico tornou-se um aliado no combate à violência doméstica sofrida por mulheres. Quando acionado, em virtude de perigo iminente de agressão, o equipamento emite um alerta para que a vítima seja socorrida.
O combate à violência doméstica é uma das preocupações do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que desde 2007 estimula os tribunais a encontrarem formas de atendimento às vítimas.
Com ele, a vítima não precisa ligar para a polícia, apenas aciona o botão no aplicativo, e imediatamente uma viatura vai até o endereço solicitado.
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